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Brasília

Polícia se infiltra em grupo de WhatsApp e prende casal de traficantes

Arquivo Geral

12/11/2018 19h16

A Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do DF se infiltrou no grupo, passou-se por comprador e traficante antes de prender o casal. Foto: Lígia Vieira/Jornal de Brasília

Lígia Vieira
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Um casal que vendia drogas de alta qualidade por meio de grupos no WhatsApp foi preso nesta segunda-feira (12), em São Paulo, depois de cerca de um mês de investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). A dupla atuava na capital federal e em mais 12 estados por meio do envio de pacotes pelos Correios.

O homem de 25 anos e a mulher, de 19, montavam grupos no aplicativo de mensagens instantâneas há pelo menos um ano e vendiam em média 5 mil selos e comprimidos por semana. Por ali, compartilhavam vídeos do teste de qualidade das drogas e do envio dos pacotes. Também pediam para os compradores – na maioria das vezes, de classe média – enviarem imagens quando a encomenda chegasse.

Os dois nunca mostravam o rosto nas gravações. Os grupos eram formados por pessoas de confiança, mediante a uma apresentação. Ela continha compradores e o que os investigadores classificam de subtraficantes – pessoas que compram para revender as mercadorias nas várias regiões do País. “Para entrar, você se mostrava interessado pela droga, o sujeito lhe chamava no privado e havia a negociação”, explica o delegado-chefe da Coordenação de Repressão às Drogas (Cord), Luiz Henrique Dourado.

Esses grupos também eram desfeitos quando os administradores percebiam que algum participante estava atuando de forma estranha ou mesmo não comprava há algum tempo. Além disso, a dupla mantinha números telefônicos internacionais, o que dificultou a investigação. “Era uma sistema muito seguro. Eles davam número de contas bancárias de ‘laranjas’ para que o depósito fosse feito. Quando o pagamento era confirmado, a dupla enviava a encomenda e apontava qual era a agência que o comprador poderia buscá-la”, complementa o delegado.

A polícia chegou até os traficantes a partir da prisão de outros envolvidos, que deram informações sobre o esquema do casal. “Como a gente vem fazendo prisões de traficantes de nível intermediário, nessas prisões os traficantes revelaram que compravam desse casal. A partir dessa informação, a gente conseguiu entrar no grupo e construir um relacionamento, passando-se por traficantes e usuários. Fomos ganhando confiança”, conta Luiz Henrique Dourado.

Apreensões

Além de casal, foram apreendidos dois adolescentes e um adulto, em Samambaia e Ceilândia. Eles participavam do grupo de WhatsApp e, quando foram encontrados, portavam drogas. Porém, só um deles vai responder por tráfico, já que carregava 31 selos de LSD. Os outros foram enquadrados como usuários e tiveram de assinar um termo na delegacia antes de serem liberados.

Na casa da dupla, a polícia descobriu 250 comprimidos de ecstasy e outras substâncias que seriam transformadas nas drogas, além de uma balança de precisão e material para embalar os produtos. Os agentes, no entanto, não conseguiram localizar maconha, haxixe e skunk, que eram vendidos como produtos gourmet pelos traficantes.

Os policiais da Cord receberam ajuda da polícia de São Paulo e dos Correios. O delegado-chefe da coordenadoria ainda afirmou que as investigações continuam. O objetivo é descobrir quem é o fornecedor das drogas e de onde elas vêm. Aqui em Brasília, a PCDF busca quatro pessoas que estavam no grupo, mas os investigadores ainda não conseguiram identificar nem confirmar o endereço delas.

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