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Brasília

Polícia investiga mais uma servidora do DFTrans por fraude na bilhetagem

Arquivo Geral

12/11/2018 17h01

Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Rafaella Panceri
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Mais uma servidora do DFTrans é investigada por participação no esquema de fraude ao sistema de bilhetagem automática do DFTrans. Além dela, o ex-funcionário de um homem investigado na primeira fase da operação é alvo de diligências da Polícia Civil (PCDF) e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT).

Na manhã desta segunda-feira, por volta das 6h, equipes da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, à Ordem Tributária e a Fraudes (Corf) cumpriram mandados de busca e apreensão em Brazlândia e Águas Lindas de Goiás, com o objetivo de recolher provas da participação da dupla no desvio de recursos. De acordo com a PCDF, foram apreendidos documentos, computadores e smartphones.

O ex-funcionário do investigado é suspeito de cometer crimes de corrupção ativa, associação criminosa e estelionato. Já a servidora do DFTrans é suspeita de participação nos crimes de corrupção passiva e ativa e peculato-desvio.

A ação é um desdobramento da Operação Trickster, que já denunciou a participação de um servidor, Ronaldo Oliveira, no crime, no início do ano. O MPDFT investiga, ainda, outras cinco pessoas pelo crime de inserção de dados falsos em sistema de informações: Pedro Jorge Oliveira Brasil, Rafael Rufino de Sousa, Vinícius Volpon Quatio, Andre Vidal Vasconcelos Silva e Rodrigo José Silva Pinto. O processo tramita na 3ª Vara Criminal de Brasília e está em fase de apresentação de recursos pelos réus.

Além da condenação dos réus, o MPDFT pede uma reparação mínima dos danos causados pelas práticas criminosas no valor estimado de R$ 2.388.687,50.

O esquema
Em março, a PCDF cumpriu 38 mandados de prisão temporária e de busca e apreensão a funcionários do sistema de transporte público do DF. A polícia investigava a associação há quatro meses. Desde 2014, o esquema causou um rombo de aproximadamente R$ 500 mil por semana aos cofres públicos.

Os envolvidos inseriram dados falsos no sistema de bilhetagem automática após criarem empresas fictícias adquirentes de créditos de vale-transporte. O objetivo era obter vantagens econômicas indevidas. Eles validaram, no sistema de informática do DFTrans, créditos sem lastro financeiro. Além disso, carregaram cartões de usuários utilizados no sistema de transporte público. O grupo contou com a ajuda de permissionários e terceiros economicamente interessados, de acordo com o MPDFT.

Eles atuaram em três fases. Primeiro, criaram e inseriram no sistema as denominações das empresas fictícias Kevin e Isabel Publicidade e Propaganda ME, Carolina e César Consultoria Financeira Ltda., Emily e Igor Gráfica Ltda., Bianca e Letícia Limpeza Ltda., VR Alimentação e Transporte, Eduardo e Enrico Telecomunicações ME, Gustavo e Igor Eletrônica Ltda., Isabella e Sara Buffet Ltda., Luana e Luna Adega Ltda. e Nathan e Stefany Esportes Ltda., além do nome da empresa constituída VP Investimentos e Consultoria Ltda.

Na sequência, eles inseriram os nomes de 903 pessoas no sistema e vincularam esses registros aos dados dessas empresas,  simulando um vínculo para geração de créditos de vales-transportes. Numa terceira etapa, os envolvidos validaram, no sistema de gerenciamento da bilhetagem, diversos pagamentos fictícios de boletos de aquisição de vale-transporte em nome dessas empresas e carregaram créditos de transporte em cartões de usuários, colocados em circulação no sistema de transporte público mediante o recebimento de pelo menos parte dos valores financeiros correspondentes.

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