Rafaella Panceri
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A Polícia Civil de Santa Catarina tem duas linhas de investigação para o caso da advogada brasiliense encontrada morta em um hostel de Florianópolis (SC) nesta segunda-feira (2). Uma das hipóteses levantadas é de que Aline Stela Xavier Ázara, 37, tenha se suicidado no local, apontado pela Polícia Civil como Floripa Hostel, na rua Duarte Schutell (Centro).
Outro cenário possível é que tenha havido morte natural. A Polícia Militar encontrou medicamentos próximos ao corpo, mas as caixas estavam lacradas. Até o momento, a hipótese de homicídio é descartada porque a vítima não tinha ferimentos pelo corpo.
O delegado Wanderley Redondo, da Delegacia de Pessoas Desaparecidas de Florianópolis, relata que os funcionários do albergue perceberam, nesta manhã, que Aline Stela não havia acordado. Ao fazer o procedimento comum de limpeza, uma empregada notou que ela estava morta e a equipe acionou a Polícia Militar por volta das 7h.
O delegado aguarda o laudo do Instituto de Medicina Legal (IML) para confirmar a causa da morte, mas adianta que há indícios de suicídio. “Foram encontrados vários medicamentos próximos ao corpo”, destaca, “mas ainda há possibilidade de morte natural”.
Isso é uma hipótese porque as caixas de comprimido estavam fechadas e porque a vítima não apresentava ferimentos pelo corpo, como endossa a Polícia Militar de Santa Catarina.
Caso a hipótese de suicídio seja confirmada, será o primeiro caso com essas características registrado em Santa Catarina. “A perícia já foi realizada no local e os funcionários higienizaram o quarto”, relata o delegado.
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Síndrome do pânico
Aline Stela chegou ao Floripa Hostel na última segunda-feira (25), sozinha, e estava hospedada em um quarto coletivo. O check-in foi registrado por volta das 22h e os funcionários não notaram “nada de anormal” no comportamento da moça, conforme a Polícia Civil.
Segundo o delegado Wanderley Redondo, a família informou que ela tinha episódios de síndrome do pânico e sofria de depressão.
Até a conclusão desta reportagem, a gerência do Floripa Hostel e a chefia da 13ª Delegacia de Polícia, responsável pela investigação do caso em Brasília, e familiares da advogada não responderam às tentativas de contato do JBr.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (seccional DF), que ajudou na divulgação do desaparecimento, informou estar disponível “a prestar todo o auxílio necessário para a família da advogada”. Acrescentou que, no momento, aguarda a chegada da família até Florianópolis.
Disque 188
Desde junho, o atendimento telefônico do Centro de Valorização da Vida (CVV) é gratuito. Pessoas com transtorno de ansiedade, depressão, vontade de tirar a própria vida ou qualquer um que precise conversar pode fazer uma ligação para o número 188 — de telefone celular, orelhão ou fixo.
O serviço é referência no auxílio na prevenção do suicídio. Disponibiliza voluntários 24 horas por dia para auxiliar possíveis vítimas a buscar ajuda profissional.
A gratuidade é possível por meio de um acordo de cooperação técnica com o Ministério da Saúde, assinado em 2017. Antes, o CVV funcionava pelo Disque 141.