Ana Clara Arantes
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Todo mundo tem seus momentos de aperto. E foi pensando nisso que um publicitário do DF criou a página bem-humorada “Onde Cagar Brasília”, no Instagram. Iniciado há menos de um mês, o perfil está fazendo sucesso na rede social e o criador já planeja um aplicativo, uma espécie de GPS de banheiros.
Junior Vitorino, 32 anos, teve o insight em um momento de descontração durante uma reunião de trabalho, ouvindo casos de pessoas com dor de barriga. Ele, então, resolveu criar o perfil ali mesmo. Para o objeto de estudo em questão, porém, “ali mesmo” não é considerado válido no caso do perfil. O “Onde Cagar” é seletivo: avalia os sanitários com estrelas e compartilha a opinião dos usuários.
A ideia de Junior vingou e muitos brasilienses agora querem opinar e receber dicas sobre qual opção é melhor de recorrer. “Nos três primeiros dias, o perfil já estava cheio de notificações”, relembra Vitorino. Ele conta que, desde as primeiras postagens, marcações e seguidores foram constantes. “As pessoas começaram a mandar histórias e pedir dicas. Assim que criei o perfil, uma pessoa me perguntou onde teria um banheiro no início da Asa Sul”, exemplifica.
Todo mundo manda dicas de onde ir e onde não ir na hora do aperto. No início, Junior só postava as recomendações, mas aos poucos as críticas também são compartilhadas. “A intenção é criar um feed mais organizado, e então começar a postar também sobre quais banheiros não usar”, detalha. Há mais de 900 mensagens privadas ainda não lidas, contendo avaliações de banheiros de Brasília. “O foco dos seguidores é a área central de Brasília, mas sempre peço para mandarem das regiões administrativas também”, informa.
Vitorino administra o perfil sozinho. Mas, diante da grande repercussão, pensa em buscar ajuda. Ele pretende colocar a agência de publicidade dele para gerir a página.
Utilidade pública e diversão
Apesar do tom de humor da iniciativa, o publicitário enfatiza que o “Onde Cagar” se tornou um serviço com um mapa dos banheiros. “Pensei o quão útil isso seria. O perfil abrange a questão da utilidade pública e da diversão. As pessoas riem com as brincadeiras, com as postagens, e essa é a parte que mais gosto”, conta.
Mas, como o assunto não é dos mais agradáveis, podemos dizer que nem tudo tem o aroma das flores, nem mesmo no perfil. “Tem a parte complicada. Algumas fotos que recebo são impossíveis de postar”, admite. Histórias “pesadas” também são selecionadas e passam pelo crivo do administrador. “Senão fica nojento e tira a característica da página”, completa Junior.
“Nunca imaginei que a página ia bombar, e bombou”, comemora. O objetivo era só uma brincadeira, mas a repercussão foi tanta que nem de engajamento a página precisou: “Viralizou”, define Vitorino. O próximo passo é criar o aplicativo, uma espécie de GPS de banheiros, com comentários e avaliações, para auxiliar as pessoas necessitadas na rua.