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Brasília

Parque da Cidade: situação dos banheiros para pessoas com deficiência motiva queixas

Arquivo Geral

24/01/2018 7h00

Atualizada 23/01/2018 22h38

“As pessoas precisam abrir a mente e pensar em todos que precisam da acessibilidade”, Rômulo Soares. Foto: Reprodução/Facebook

Ana Clara Arantes
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Os banheiros para pessoas com deficiência do Parque da Cidade estão fechados. A constatação provoca a indignação de quem depende da acessibilidade, entre eles o atleta Rômulo Soares, 49 anos. Cadeirante há 22 anos, ele próprio procurou a administração do espaço. Como resposta, ouviu que os recintos estavam trancados por causa de depredação.

Sem acesso ao sanitário adequado, Rômulo utilizou um convencional e relata que isso gerou os piores transtornos possíveis. “Foi muito complicado. Como consigo ficar um pouco de pé, foi possível, com muita dificuldade. Mas o vaso estava solto” denuncia.

Ele frisa que o banheiro não atende apenas cadeirantes. “Uma mãe com carrinho de bebê, um idoso com andador, todos precisam do banheiro com acessibilidade. As pessoas precisam abrir a mente e pensar em todas as pessoas que precisam da acessibilidade”, destaca.

Na administração, Rômulo ouviu que não era possível deixar as portas destrancadas, e por isso seria necessário procurar os funcionários da limpeza ou da manutenção, que ficam com as chaves. Ele recebeu ainda a promessa de providências sobre o caso ainda nesta semana.

O atleta conta ainda que, quando finalmente conseguiu a chave do banheiro, observou que havia materiais de limpeza guardados ali: “Existe uma tendência em se deixar os banheiros exclusivamente para funcionários usarem ou guardarem seus materiais de trabalho”.

Outras falhas na acessibilidade estão espalhadas pelo parque, conforme aponta o cadeirante. “Se alguém precisa chegar até o bebedouro, por exemplo, o chão é todo irregular”, exemplifica.

Na avaliação de Rômulo, a situação retrata a falta de respeito com as pessoas. “Se há vandalismo, isso é uma questão de polícia. Não devo ser penalizado pelo erro de outros”, lamenta.

Descaso

Aos 10 anos, Ícaro Ziller costuma frequentar o parque com o pai e com frequência também se depara com os banheiros fechados – inclusive os convencionais. “Acho muito injusto os banheiros estarem sempre fechados, principalmente os com acessibilidade, pois os cadeirantes são os que mais precisam”, defende.

Augusto Ziller, 42, empresário, concorda com o filho. “Já aconteceu de precisar usar o banheiro e encontrá-lo fechado, mas não são todos. Onde tem maior fluxo de pessoas, sempre os encontro abertos, mas deixam a desejar nos quesitos manutenção e higiene”, pondera.

Quem tem a mesma opinião é Rita Valério, 62, técnica em eletrocardiograma. “É um local tão antigo, cheio de cultura e lazer, mas com uma administração que deixa a desejar”, reclama.

Marco Antônio Tavares Pires de Almeida, 70, militar da reserva, também costuma encontrar os banheiros trancados. “Acho que os banheiros são um serviço de utilidade pública e deveriam ser mantidos abertos para a população. No caso dos sanitários para os deficientes, o problema é maior ainda. Eles deveriam ter facilidade máxima no uso das instalações”, diz.

Procurada pela reportagem, a assessoria da Secretaria de Turismo (responsável pelo parque) não respondeu sobre a questão até o fechamento desta edição.

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