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Brasília

Justiça solta pai e filha um dia após serem presos por golpes bancários

Arquivo Geral

10/12/2018 18h08

foto: Polícia Civil

João Paulo Mariano
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Entre R$ 30 mil e R$ 40 mil por fim de semana. Essa era a média de lucro que pai e filha obtiam, juntos a um terceiro homem, após aplicar golpes bancários. O trio foi preso em flagrante, no último sábado (08), mas já está em liberdade devido a Audiência de Custódia ocorrida ontem (09). Ainda não está contabilizado o número de vítimas que eles fizeram, mas a Polícia Civil acredita que a divulgação fará mais pessoas buscarem as delegacias.

Eber de Oliveira, 49, e Larissa Batista de Oliveira, 25, pai e filha, foram presos em flagrante por estelionato e organização criminosa pela operação Cartão Trocado, em uma agência bancária do Sudoeste. Danilo Alves de Souza, 29, também é acusado de fazer parte do grupo que veio de São Paulo para Brasília somente para aplicar os golpes.

Eber de Oliveira, 49, e Larissa Batista de Oliveira, 25, pai e filha, foram presos em flagrante (dir. e esq.) por estelionato e organização criminosa. Danilo Alves de Souza, 29 (centro), também foi detido. Foto: Polícia Civil

Esta não é a primeira vez que eles vem à cidade com esse intuito. Segundo o delegado adjunto da 3ª DP (Cruzeiro), Alexander Traback, no último mês de agosto, eles vieram e agiram da mesma forma. Como não havia ações todo fim de semana, a estimativa é que eles lucravam cerca de R$ 100 mil por mês.

Trio buscava os mais idosos

O trio sempre agia da mesma maneira e sempre na manhã dos sábados, quando não há atendimento de funcionários dos bancos, mas os caixas eletrônicos funcionam. Eles entravam nas agências e encontravam uma forma de danificar o local onde se coloca o cartão no aparelho. Assim, as pessoas saíam reclamando da agência. Neste momento, elas eram abordadas por alguma das pessoas do trio, que se apresentava como funcionária do banco.

Muito solícitos, eles diziam que iriam auxiliar a pessoa a resolver o problema, mas para isso era preciso ligar em uma central telefônica. Porém, na verdade, a ligação era feita para um dos outros integrantes do grupo que pedia inúmeras informações, como senhas e números de documentos.

Era dessa forma que eles obtiam dados importantes e que possibilitavam movimentar as contas das vítimas. Além disso, eles clonavam os cartões de crédito para aumentar os ganhos. A pessoa só ia perceber que foi vítima de um golpe semanas depois que era quando percebia a movimentação estranha do seu dinheiro.

Para o delegado-adjunto da 3ª DP (Cruzeiro), Alexander Traback, o algo preferido da organização eram os idosos. A abordagem era feita aos primeiros que entravam na agência, pois se demorassem muito, a direção do banco era avisada do problema no caixa eletrônico e chamava uma equipe técnica para fazer o conserto.

Investigação

A prisão do último sábado só foi possível após a denúncia do gerente de um banco que funciona na Asa Sul. Ele reclamou à Polícia Civil que um dos caixas eletrônicos do estabelecimento foi propositalmente danificado, no meio da semana passada. Com o início das averiguações foi descoberto que os culpados estariam em um hotel no Setor Hoteleiro Sul.

Na abordagem, o trio foi preso em flagrante e confessou como parte do esquema funcionava. Com eles, foram apreendidos R$ 1,5 mil em espécie, três máquinas de cartões e 11 frentes falsas de caixas eletrônicos, que eram utilizados para danificar os aparelhos. Também foram encontrados vários aparelhos de celulares e relógios.

Contudo, os três foram soltos após pagarem fiança de R$ 2 mil, cada um. A decisão foi tomada na Audiência de Custódia que ocorreu um dia após a prisão, no domingo, e proferida pelo Juiz de direito Substituto, André Silva Ribeiro, junto ao integrante do Ministério Público do DF e Territórios.

Na sentença, que teve efeito de alvará de soltura, o magistrado alega que a investigação policial ocorreu dentro da legalidade, mas que os acusados não teriam causado “grave abalo da ordem pública ou evidenciam periculosidade”. Dessa forma, eles poderiam ser soltos com a condição de retornar à Justiça assim que forem chamados.

Para o delegado Alexander Traback, os três acusados tem o costume de cometer esses crimes. O mais grave é que eles estariam ligados a uma organização criminosa que atua por todo o país e, possivelmente, está conectada ao PCC, grupo criminoso que atua em São Paulo.

SAIBA MAIS:
Para não cair neste tipo de crime, o delegado Alexander Traback alerta que nenhum dado pessoal, como senha, deve ser divulgado. Até para pessoas que se apresentam como funcionárias de banco.

Apesar de algumas pessoas terem procurado a Delegacia para informar dos casos, o delegado acredita que existem mais vítimas. Quem suspeitar de algo nesse sentido, pode procurar a 3ª DP ou qualquer outra delegacia para que o caso seja verificado.

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