Menu
Brasília

Operação Perfídia: Esquema envolve até funcionário da PF

Arquivo Geral

27/04/2017 6h52

Atualizada 26/04/2017 22h53

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Fotos Públicas

Eric Zambon
[email protected]

O esquema de lavagem de dinheiro e falsificação de documentos que operava no DF e em 11 estados teve ajuda de um funcionário da própria Polícia Federal. Na manhã de ontem, a corporação deflagrou a segunda fase da Operação Perfídia e revelou, sem citar nomes, que mais funcionários públicos, donos de lotéricas, de postos de combustíveis e outros empresários também são alvos.

 

A ação foi motivada pela descoberta de que o grupo investigado movimentou R$ 5 bilhões em uma única transação bancária. Conforme a PF, é preciso descobrir para quem esse dinheiro seria destinado e quais pessoas e empresas estão envolvidas. A trama já havia sido revelada em dezembro último, na primeira fase da operação.

 

À época, a prisão de um estrangeiro que desembarcou com passaporte brasileiro falso no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek instigou a polícia a investigar. O documento teria sido fornecido pelo grupo criminoso, hoje alvo da Perfídia. A corporação afirma já ter seus alvos, mas só revelou, até o fechamento desta edição, que 100 mandados expedidos pela 10ª Vara Federal de Brasília foram cumpridos no DF e em nove estados.

 

O Ministério Público Federal, parceiro nas investigações, justificou o sigilo ao citar decisão do juiz federal Ricardo Augusto Soares Leite. “A medida visa garantir o cumprimento de todos os mandados”, explicou o órgão, em nota.

 

A operação esbarra em outra grande ação da PF, a Lava Jato. Um dos empresários investigados teria ligação com o Posto da Torre, no Setor Hoteleiro Sul, que também foi alvo da primeira fase da operação responsável por desvendar as relações entre empreiteiras e políticos. A PF não deu detalhes.

 

Os crimes investigados até o momento são lavagem de dinheiro, falsificação de documentos e evasão de divisas. A suspeita é que, por meio de laranjas e off-shores, o grupo enviava dinheiro ao exterior, configurando uma operação de câmbio não autorizada. Os criminosos também dissimulavam compra de imóveis de alto valor. Em suma, supervalorizavam os preços para lavar dinheiro ilícito.

 

Saiba mais

 

De acordo com a PF e MPF, o grupo atuava na Bahia, DF, Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Pará, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, São Paulo e Tocantins. Os 100 mandados expedidos ontem contemplaram 9 destas unidades federativas.

 

O MPF informou que, dos 100 mandados, 55 foram de busca e apreensão, 43 de condução coercitiva e recolhimento de telefones celulares e dois de prisão temporária. O órgão ainda informou que “em função do sigilo temporário, nesta quarta-feira, não será informado quem são os alvos das medidas cautelares nem quais suspeitas pesam contra cada um deles.”

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado