Menu
Brasília

Olimpíadas: Esquema de segurança do DF prevê evitar desde acidentes até terrorismo

Arquivo Geral

21/06/2016 6h30

Josemar Gonçalves

Jéssica Antunes
jessica.antunes@jornaldebrasilia.com.br

A Olimpíada no Distrito Federal promete ser segura. É o que garantem os envolvidos na operação de Segurança Pública que, desde o ano passado, se debruçaram no Plano Tático Integrado de Segurança e Proteção para os seis dias de competição que acontecerão na capital. De um acidente de carro até uma ação terrorista, foram criados protocolos de atuação para 168 acontecimentos que podem afetar os jogos.

“Trabalhamos dentro dos cenários possíveis para que evitemos as ocorrências e tenhamos ações de pronta resposta caso aconteçam. Temos de estar preparados para situações além do planejado, como o atentado que ocorreu recentemente na Flórida. Se algo parecido acontecer aqui, temos de estar em condições de minimizar o impacto”, explicou o coronel Paulo Roberto Oliveira, coordenador da Comissão Distrital de Segurança Pública e Defesa para os Jogos Olímpicos, da Secretaria de Segurança.

Na semana passada, foi concluído o Plano de Segurança de Ordenamento Urbano, que funcionará especificamente para as áreas de hotéis e os quatro Centros de Treinamento espalhados pela capital. A operação deve ser iniciada em 13 de julho, nove dias antes da chegada das delegações. O plano prevê ações específicas para cenários como terrorismo, manifestações, violência urbana e até desastre natural.

Mais segurança que na Copa

Por motivos de segurança, não é informado o efetivo de cada uma das 43 corporações envolvidas, mas o governo garante que a operação será maior e mais complexa que a da Copa do Mundo. Durante o torneio de 2014, visitantes estrangeiros classificaram Brasília como a cidade-sede mais segura, segundo pesquisa do Ministério do Turismo.

Kleber Lima

Kleber Lima

De acordo com o coronel Paulo Roberto Oliveira, naquele ano cerca de cem possíveis eventos foram levantados, monitorados e trabalhados: “Houve muito planejamento, mas nós aperfeiçoamos. Mesmo que tenha dado tudo certo, vimos janelas de oportunidade”.

No fim de maio, um francês integrante do Estado Islâmico ameaçou no Twitter: “Brasil, vocês são nosso próximo alvo. Podemos atacar esse país de merda”, escreveu Maxime Hauchard, 22. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) confirmou crescimento da chance de o País ser alvo de ataques terroristas durante as Olimpíadas. Neste mês, a Abin noticiou o monitoramento de um grupo na internet que divulga textos com ideologias extremistas traduzidos para o português.

“Alvos em potencial” vão estar reunidos

Professora de Segurança Pública da Universidade Católica (UCB), Marcelle Figueira classifica como essencial o planejamento feito pelas autoridades do Distrito Federal pela visibilidade que o evento provoca. “Vamos receber um monte de alvos em potencial. O evento é de congraçamento das nações, mas tem gente que não quer congraçar com ninguém. Os protocolos têm que estar definidos”, afirma.

Atletas de Israel, dos Estados Unidos e da União Europeia, envolvidos no combate ao Estado Islâmico, podem ser alvos. “Também estamos passando por um momento de instabilidade política que pode provocar reações calorosas. Tem de pensar em tudo. De coisas mais estratosféricas até um acidente que pode causar transtorno para chegar ao Mané Garrincha. Não se trata de nós sermos alvo ou de alguém ter algo contra o Brasil”, explica.

Entre as instituições que atuam na Operação Olimpíadas estão as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros, o Detran, as áreas de Turismo, Esporte, Saúde, Mobilidade e a Casa Civil. Órgãos como a CEB, Caesb, Agefis, Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e Defesa Civil também atuarão.

Do Governo Federal, estarão a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos, as polícias Federal e Rodoviária Federal, a Abin e o Ministério da Defesa.

Saiba mais

A Seleção Brasileira Olímpica estreia no Mané Garrincha às 13h de 4 de agosto, um dia antes da abertura dos jogos, e faz o segundo jogo no mesmo estádio, no dia 7, às 22h.
A estimativa é de que R$ 25 milhões sejam gastos com o megaevento, uma média de R$ 2,5 milhões por partida. O valor inclui as despesas com a passagem da tocha, que aconteceu em maio, e com as forças de segurança na cerimônia e nas partidas.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado