Menu
Brasília

Na Asa Sul, Rua das Farmácias é sinônimo de insegurança

Arquivo Geral

19/10/2018 7h00

Atualizada 18/10/2018 22h55

Roubos e furtos na rua das farmácias, na 302/102 sul. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

Rafaella Panceri
[email protected]

A Rua das Farmácias, na 302 Sul, se tornou um ponto de insegurança no Distrito Federal. Arrombamentos de comércio seguidos de roubo, além de assaltos a pedestres são situações vividas diariamente por clientes, funcionários e empresários. A população cobra a presença de policiais militares no local, que, em resposta, afirmam fazer “policiamento ostensivo na região, com viatura e três policiais para cobrir a área”. Com ou sem o olhar das forças de segurança, o fato é que os pedestres já sofreram mais assaltos neste ano. Entre janeiro e setembro, esses crimes ocorreram 3,7% mais que em 2017 na Asa Sul. Já roubos em comércio caíram 37% no mesmo período, conforme a Secretaria de Segurança Pública (SSP-DF).

Como o mês de outubro não acabou, crimes como os que aconteceram em uma loja de decoração localizada na quadra não foram contabilizados pela secretaria. Na última semana, houve dois arrombamentos. “Na sexta-feira e no domingo, sempre à noite. Eles quebraram os vidros da frente e das laterais. Até o alarme disparar, levaram diversos produtos e saíram correndo. É recorrente”, diz a gerente, que preferiu ter o nome preservado.

“Eles arrombam nossas lojas, intimidam clientes pedindo troco e roubam produtos expostos e clientes na nossa porta. Prejudica o negócio, gera insegurança aos funcionários. Eles têm medo e o cliente fica coagido”, reclama Rogério Tokarski, proprietário de uma farmácia próxima.

Na loja de decoração, o dono contratou segurança particular. Na farmácia de Tokarski, uma entrada lateral foi fechada e há grades por toda parte. “Nós estamos presos, e eles, soltos”, tensiona o proprietário. Os moradores de rua se instalam nas esquinas dos estabelecimentos. Pela manhã e ao anoitecer, eles se multiplicam nas calçadas.

Operadora de caixa em outra farmácia, Simone Maria de Jesus, 31, relembra a tentativa de assalto que sofreu na última quarta-feira: “Eu estava sentada na frente da loja, falando ao celular com o meu marido, quando um homem me segurou pelo braço, mostrou uma faca e falou para ‘calar a boca’. O celular caiu no chão e comecei a gritar. Quem passava pela rua veio me ajudar. Correram atrás dele. Graças a isso, ele não conseguiu me roubar”.

Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasilia

“Dificilmente se presencia policiamento”

Roberto Veloso, gerente da farmácia onde Simone trabalha e foi assaltada, afirma que “dificilmente se vê policiamento na rua”. Antes das 7h e após as 18h, inclusive aos sábados, a insegurança é ainda maior. “Fica deserto. Os funcionários sentem medo e não veem uma viatura sequer. Os moradores de rua abordam o cliente no carro, assim que ele desce. Nós passamos a acompanhar, principalmente as mulheres, entre o automóvel e a loja”, conta.
“Não temos segurança. Fui assaltada neste ano quando saía do trabalho. Um homem me abordou com uma faca e pediu meu celular. Acabou levando minha bolsa”, relata a coordenadora de loja Lindomaria Paiva, 46. “Eles somem e sempre voltam. São adultos que aparentam estar drogados ou bêbados. Os policiais até conhecem as figuras. Registrei a ocorrência na delegacia, sei que é importante, mas não mudou nada”, critica.

Versão Oficial

A Polícia Militar informou, por meio de nota, que realiza policiamento “ostensivo” na Rua das Farmácias e mantém uma viatura com dois ou três policiais na área. A corporação afirma haver, ainda, apoio de uma viatura que patrulha o Setor Comercial Sul. “Todo o planejamento estratégico para o policiamento ostensivo é feito com base em levantamentos que apontam os locais mais vulneráveis”, declarou.

 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado