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Brasília

Movimento tradicional resiste às mudanças no Carnaval do DF

Arquivo Geral

27/02/2017 6h06

Atualizada 26/02/2017 22h50

Foto: Myke Sena

Daniel Cardozo
Especial para o Jornal de Brasília

O domingo de Carnaval teve blocos tradicionais nas ruas, dividindo espaço com as novidades. Os já consagrados Pacotão, Raparigueiros e Baratona animaram a folia no Plano Piloto. Os três reuniram quase 35 mil pessoas, mesmo com chuva.

Nem os imprevistos impediram que o Pacotão seguisse seu trajeto pela W3, saindo da 302 Norte. O cortejo se dividiu no começo da Asa Sul. Enquanto a parte batizada de Medida Provisória desceu a Rua das Farmácias e chegou à 104 Sul, o resto do grupo seguiu até a 510 Sul, perto das 21h.

Os foliões seguiram o trajeto embalados pela marchinha vencedora deste ano: Banho Tcheco. A música critica o governador Rodrigo Rollemberg ao ironizar a crise hídrica vivida pelo Distrito Federal, que levou ao racionamento. A medida, aliás, afeta o Plano Piloto a partir de hoje.

Pane no trio

Saiba mais

  • Projetos sociais desenvolvidos por blocos do DF poderão ser premiados. O Concurso “Lata Coisa BOA” está com votação aberta até 7 de março. Internautas poderão eleger as melhores e mais inspiradoras iniciativas dos blocos de Brasília e do Rio de Janeiro que geram coisas boas para a sociedade. Serão escolhidos cinco projetos sociais. Para votar, basta acessar o site: www.antarctica.com.br
    /latacoisaboa.
  • Os blocos escolhidos receberão uma doação da Antarctica no valor total de R$ 200 mil.
  • Em Brasília, projetos de 11 blocos são finalistas: Bloco Do Seu Júlio, Bloco Maria Vai Casoutras, Bloco Vilões Da Vila, Cafuçu Do Cerrado, Virgens da Asa Norte, Bloco Eixão 44, Bloco Carnavalesco Abrindo a Roda, Bloco Libre!, Aparelhinho, Ase Dudu e Urubloco.
  • Os projetos incluem workshops artesanais e vivência musical para valorizar a autoestima das mulheres; trabalho comunitário com a distribuição de livros; campanhas a favor da diversidade cultural; divulgações de dicas de saúde; combate à violência; roda de choro; intervenções culturais; oficina de DJs e coleta seletiva de latas; e preservação e divulgação da cultura afro-brasileira.

No início do desfile, o Pacotão sofreu um desfalque importante. O trio elétrico contratado para animar os foliões teve dificuldades para passar pelos obstáculos. Os radares de velocidade e fiações elétricas impediam que o caminhão seguisse o caminho. Com isso, os organizadores tiveram que improvisar carros e os foliões se aglomeravam em volta das bandas de marchinhas e dos sons automotivos. O público ficou em 2,5 mil pessoas.

O comerciário Leonardo Oliveira, 32 anos, mora em Brasília há dois anos, vindo do Espírito Santo, mas já se sente em casa no Pacotão. Desde sua chegada, ele passou a frequentar o bloco por gostar de samba e, inclusive, levar o ritmo tatuado no braço. “Tanto os blocos mais tradicionais quanto os mais recentes têm seus espaços e podem conviver juntos. Há público para todos eles e os blocos de rua não podem acabar”, afirmou.

As manifestações políticas são vistas com bons olhos por Leonardo. “É um espaço democrático. São críticas que nem todos concordam, mas não vimos nenhum tipo de briga por conta do pensamento diferente. É muito pacífico”, completou.
Desde 1978, na estreia do Pacotão, o aposentado Miro Santana, 68 anos, marca presença. Vestido de mulher e dançando animado, Miro foi taxativo em relação ao Carnaval de Brasília. “Só gosto do Pacotão e do Asé Dudu”, cravou. Para ele, o bloco continua o melhor do DF.

Raparigueiros reúnem 30 mil no Eixão

Uma multidão de 30 mil pessoas se reuniu no Eixão Sul, entre as quadras 208 e 210. O destino eram os blocos Baratona e Raparigueiros. Ambos começaram os trabalhos no começo da tarde e só pararam à noite.
A Polícia Militar não confirmou quantas ocorrências envolvendo violência no Eixão Sul, mas foram pelo menos dois feridos por facadas – em evento fechado, segundo a corporação. Além disso, foram registradas brigas sem maiores consequências entre foliões do Raparigueiros e da Baratona.

As estudantes Mayara Pinheiro, 20 anos, e Ellen Cardoso, 19, vieram de Goiânia (GO) para passar o Carnaval no DF. As amigas criticaram as opções da capital goiana e gostaram do que viram na primeira folia que presenciaram em Brasília.
“Aqui tem muitos blocos que parecem divertidos. Dá para escolher direito de acordo com o gosto”, disse Mayara. “Lá em Goiânia não tem muita coisa boa no Carnaval”, reclamou Ellen.

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