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Brasília

Morte de taxista foi planejada pelo celular; veja mensagens e ouça áudio

Arquivo Geral

21/04/2017 10h06

Breno Esaki/Jornal de Brasília

Manuela Rolim
[email protected]

Mensagens encontradas no celular de Rafaela Teixeira de Souza, presa suspeita de participar da morte do taxista Luis Eduardo dos Santos Lobo, de 34 anos, na 309 Norte, apontam que ela e outros três homens planejaram o crime minutos antes.

O delegado responsável pelo caso, Laércio Rosseto, não teve dúvidas da participação da mulher ao analisar o celular. “Ela trocou mensagens com os comparsas. Reforçou que iam matá-lo juntos e foi quem tomou a iniciativa de ir atrás da arma. Inclusive, chegou a dizer que ‘não iria ficar no osso’. Além disso, depois do crime e antes de comparecer à delegacia, pediu para eles fugirem. Foi tudo premeditado”, enfatiza.

Em depoimento, ela chegou a dizer que a morte de Luis Eduardo foi motivada por uma discussão em um bar na 409 Norte no mesmo dia. “Não acreditamos na versão. Ela entrou em contradição inúmeras vezes. Trabalhamos com a possibilidade de acerto de contas ou relação com drogas”, acrescenta.

Com Rafaela, a polícia apreendeu uma porção de maconha. Ela não ficou ferida durante a ocorrência, mas chegou a ser levada ao hospital e liberada. Ela foi autuada por homicídio qualificado por motivo torpe, com pena de 12 a 30 anos de reclusão.

Ouça áudio

A conversa ocorrida no Facebook também inclui um áudio. Ela se dirige a um homem a quem chama de ‘Sobrinho’. Diz Rafaela: “Sobrinho, me ameaçaram, ameaçaram meu namorado com uma arma. Eu consegui uma aqui. E duas facas. Cês [sic] tão de mi-mi-mi. Eu sei que cê não quer que eu faça isso. Mas agora, véi [sic], vai rolar.

Relembre o caso

Um taxista de 34 anos foi executado, na noite dessa quinta-feira (20), em um posto de combustíveis da Quadra 309. Até o fechamento desta edição, somente uma de quatro envolvidos havia sido presa. O grupo planejou toda a ação, provavelmente, por dívida de drogas.

Os, pelo menos, dez disparos aconteceram por volta das 6h30. Imagens das câmeras de segurança flagraram o momento da confusão. A vítima, Luis Eduardo dos Santos Lobo, estava no estabelecimento com amigos quando foi surpreendida pelos autores do crime. Os quatro – três homens e uma mulher – chegaram em um Nissan March branco e estacionaram próximo ao carro do taxista. Em seguida, começaram a atirar com uma arma de cano longo calibre 38, semelhante a uma espingarda, contra Luis e seus amigos, que revidaram com uma pistola calibre 38.

A vítima foi atingida perto do pescoço e caiu no chão. Os suspeitos fugiram. No circuito, é possível ver um terceiro carro saindo do posto no início do tiroteio, mas ele não tem ligação com o crime, garante o delegado do caso, Laércio Rosseto, chefe da 2ª Delegacia de Polícia (Asa Norte). Outras pessoas que passavam pelo local também se assustaram e correram.

De acordo com ele, os suspeitos Eduardo Adrien Cunha Neto, 26, morador da 716 Norte, e Rafael Arcanjo Gomes de Abreu, 22, suposto traficante apelidado de “Índio” na região e morador da Granja do Torto, são velhos conhecidos da polícia. O primeiro já foi detido por infringir a Lei Maria da Penha e por porte e tráfico de drogas. Já o segundo foi preso três vezes. Até o fechamento desta edição, eles e o quarto suspeito, ainda não identificado, permaneciam foragidos.

Os antecedentes criminais da vítima foram levantados. Segundo a PCDF, o taxista tinha três prisões e dois inquéritos por dano ao patrimônio, tráfico e violação à Lei Maria da Penha. Com ele, os agentes encontraram uma porção de droga enrolada em uma nota de R$ 100 mais R$ 2.965 em espécie.

Violência

Apavorados com o tiroteio, moradores da região reclamam da falta de policiamento. Para o prefeito da 309 Norte, Alcino Almeida, “é comum as pessoas beberem neste local. Sempre ouvimos barulho durante a madrugada”, afirma.

Um funcionário do posto chegou no momento do tiroteio. “Quando ouvi, corri para me esconder atrás da banca. As pessoas se reúnem para beber e sempre tem briga, uma hora isso ia acontecer”, lamenta Moisés Lima, 27.

Saiba mais

Até agora, a corporação apreendeu apenas os projéteis e os cartuchos do crime. As armas e duas facas permanecem desaparecidas. Os dois carros foram alvejados. Pelo menos dois disparos, que, provavelmente, atingiram o taxista, foram efetuados por Eduardo, e mais cinco pelo ‘Índio’. A vítima também disparou três vezes.

Os dois veículos já foram recuperados. O Nissan March branco, que está no nome da mãe de Rafaela, estava na cidade Céu Azul, próximo a Cidade Ocidental.

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