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Brasília

Moradores da 309 Sul reclamam da violência e da ausência de policiamento na quadra

Arquivo Geral

09/08/2016 7h00

Hugo Barreto

Hamanda Viana
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O clima de segurança e calmaria vem ficando cada vez mais raro na 309 Sul. Comerciantes e moradores se sentem vulneráveis nas mãos dos criminosos que circulam na área. O que mais incomoda a comunidade é a falta de policiamento e a aparente desativação do posto comunitário de segurança da área.

Antônia Pereira de Souza, 65 anos, é costureira e trabalha há 13 anos dentro de uma Kombi azul, estacionada em frente ao posto policial. Segundo ela, o ambiente era muito diferente na época em que a unidade funcionava diariamente. “As pessoas eram mais confiantes porque, quando a PM estava aí, as pessoas respeitavam mais. Como agora não tem, estamos sujeitos a assaltos e à violência”, reclama.

Para dona Antônia, até os negócios mudam com a presença da PM. “Quando colocaram o posto aqui, meu trabalho aumentou 70% porque todos nós ficamos mais tranquilos”, observa.

Vigilante há mais de 30 anos no estacionamento onde Antônia costura, Gilmar Matos, 45 anos, diz que os policiais estão saindo aos poucos. “Dificilmente eles vêm aqui”, assegura.

As lojas da comercial também sofrem com a ausência dos policiais. Dona da Esmalteria Nacional, Ana Carolina, 37 anos, já precisou de ajuda, mas não havia ninguém no posto. “Uma pessoa entrou (na loja) para cheirar esmalte. Quando precisamos de ajuda dos policiais, o posto já estava fechado. E como já tinha passado das 18h, não tivemos auxílio algum”.

Versão oficial

A Polícia Militar informou que o posto    está servindo de ponto de apoio à viatura da área. “Substituímos o policiamento fixo por uma viatura para aumentar o raio de ação”, justificou.  A PM também disse que há planos para a desativação da unidade,  que   será destinada a outra finalidade  pela Secretária de Segurança.

Ainda de acordo com a PMDF, a ronda   aumentou nessa região, assim como as prisões e apreensões.  “A PMDF deteve 836 pessoas somente este ano na Asa Sul, então concluímos que a polícia está fazendo o seu trabalho. O problema está nas leis frágeis que não mantêm os criminosos presos”, declarou.

Moradores notaram a diferença

Além dos comerciantes, os moradores da 309 Sul também temem a frequente insegurança na região. Amigas de longa data, Irene dos Reis, 83 anos, e Luzia Susana de Sá gostam de ir ao mercado e andar pelas lojas da comercial. No entanto, elas encontram o perigo na porta de casa.

Dona Irene diz estar apavorada com a agressividade. “A gente só escuta falar que lojas foram assaltadas. É muita violência, muita gente assaltada”. A idosa engrossa o coro sobre a necessidade de funcionamento do posto comunitário de segurança. “Você passa e, às vezes, não tem nem policial lá dentro. Em muitos (postos) estão colocando até fogo”, garante.

Quando escurece…

Luzia, por sua vez, afirma que a segurança ficou melhor quando instalaram o posto policial, mas agora não está nada bom. “Aqui está muito perigoso, principalmente à noite. Se escurecer, a gente vai para casa correndo”, revela.

Na tentativa de deixar a região mais segura, no ano passado, moradores e comerciantes fizeram um abaixo-assinado para que o posto policial não fosse desativado. Foi assim que eles conseguiram que os policiais ficassem por mais tempo no local. No entanto, ao que tudo indica, o esforço da comunidade não produziu resultados por muito tempo.

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