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Brasília

Morador do Sudoeste morreu por febre amarela, confirma Secretaria de Saúde

Arquivo Geral

29/12/2017 17h14

Subsecretário de Vigilância à Saúde, Marcus Quito. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

Matheus Venzi, com agências
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A Secretaria de Saúde confirmou, em coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (29), a terceira morte por febre amarela do ano no Distrito Federal. O último caso comprovado trata-se do psicólogo de 43 anos, morador do Sudoeste, que morreu no dia 27 de novembro, cerca de uma semana após ter sido hospitalizado. Segundo a pasta, o paciente contraiu a doença dentro do DF, pois não teria saído da região nos últimos 15 dias anteriores ao contágio. Ainda não se sabe, porém, o local exato em que ele contraiu a doença, apenas que ele teria circulado pela área rural do Jardim Botânico.

O diagnóstico foi confirmado laboratorialmente em 21 de dezembro. De acordo com os resultados, a evolução para o óbito foi agravada em decorrência de anemia falciforme. O caso foi o primeiro confirmado como autóctone, ou seja, em que o paciente contraiu a doença sem ter viajado para outros locais. Ele era vacinado, entretanto, o subsecretário de Vigilância em Saúde, Marcus Quito, reitera que outra doença fez com que o quadro dele se agravasse. “A vacina é capaz de conferir uma imunidade de 95% a 99% nas pessoas, ou seja, é extremamente segura. Provavelmente, foi ela que fez com que os sintomas de febre dele [do paciente] fossem bem leves”, comenta.

Apesar da confirmação, Quito garante que não há necessidade de pânico. “O DF é uma área de circulação do vírus da febre amarela por causa de suas características. Mesmo assim temos um histórico bom de vacinações. Quem ainda não se vacinou só precisa procurar uma das unidades de saúde”, afirma. A imunização da vacina é vitalícia, por isso, quem já tomou não precisa mais se vacinar.

Crianças devem tomar uma dose aos 9 meses e um reforço aos quatro anos de idade. Para os adultos, é recomendada uma injeção de reforço dez anos após a primeira. A repetição desnecessária de aplicações pode prejudicar o organismo.

Gestantes, mulheres que amamentam crianças de até seis meses, pessoas com imunossupressão e aquelas com mais de 60 anos só devem se vacinar mediante avaliação médica criteriosa.

Outros casos

Nos outros dois casos do ano, um foi confirmado que o paciente contraiu a doença fora do DF, já que ele tinha viajado para Januária (MG), e, no outro, o local de contágio foi indeterminado, já que ele se deslocava com frequência para o Entorno.

A Secretaria também realizou medidas de prevenção no Sudoeste, no Jardim Botânico e no Setor Hospitalar Sul após a notificação do último caso. No primeiro fim de semana após a pasta ser notificada, 166 vacinas foram aplicadas em pessoas sem o histórico de vacinação.

De acordo com a Secretaria de Saúde, em 2000, houve o surto mais grave de febre amarela na região, com 40 registros — 38 deles de moradores de outras unidades federativas, mas diagnosticados no DF.

Em 2008, foram 13 diagnósticos da enfermidade na capital. Após esse período, o DF não teve mais infecção por febre amarela em residentes. Em 2015, as regiões administrativas anotaram três pacientes procedentes de outras localidades, dos quais dois morreram.

Características e sintomas

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, transmitida somente pela picada de mosquitos. É comum em macacos, os principais hospedeiros do vírus.

A infecção é dividida em silvestre ou urbana. No primeiro tipo, o vírus passa do macaco para o mosquito e depois para o homem, em ambientes de matas e vegetações.

Já a urbana ocorre nas cidades, podendo ser transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, mesmo transmissor da dengue, do zika vírus e da febre chikungunya.

Os sintomas da doença incluem febre alta, dores no corpo e nas articulações, náuseas e vômito. Em alguns casos, a doença pode evoluir após um breve período de melhora.

Surgem então sintomas como icterícia (coloração amarelada da pele), hemorragia, choque e insuficiência de múltiplos órgãos, podendo levar à morte do paciente.

Já nos primeiros sinais de manifestação da doença, deve-se procurar ajuda médica. Não há nenhum tratamento específico, só os sintomas são tratados.

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