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Brasília

Mercado de franquias aposta no Distrito Federal

Arquivo Geral

26/06/2017 7h00

Fotos: Studio F – ABF FRANCHISING 2017, São Paulo-SP

Eric Zambon
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O setor de franquias tenta convencer os investidores de que é o melhor lugar para colocar dinheiro em tempos de recessão econômica. Entre a última quarta-feira e sábado, a Franchising Expo, feira da Associação Brasileira de Franchising (ABF), em São Paulo, apresentou mais de 400 expositores em busca de potenciais sócios a 65 mil visitantes estimados para os quatro dia. Brasília foi citada por vários empresários como um foco de expansão e oportunidade.

Os números apresentados são chamativos. Segundo a ABF, o faturamento do setor no primeiro trimestre de 2017 alcançou R$ 36,8 bilhões, quase 10% a mais em relação ao mesmo período do ano passado. Ainda conforme a entidade, o número de lojas franqueadas também registrou crescimento, totalizando 142.673 unidades espalhadas pelo Brasil, uma variação positiva de 1,3% em comparação com 2016.

Case de sucesso

Em Taguatinga, o empresário Breno Cury, 39 anos, tem uma loja da Ecoville, especializada em comercialização de produtos de limpeza e presente na exposição em São Paulo. Apesar de já ter experiência no ramo quando adquiriu a franquia há dois anos, ele acredita que esse modelo é ideal principalmente para empreendedores iniciantes. “A franqueadora dá muito suporte desde antes da inauguração. Às vezes, para quem nunca teve negócio, arriscar pode ser um desastre”, analisa.

Também integrante da Associação Comercial do DF (ACDF), Cury classifica o DF como um bom lugar de investimento, principalmente pelo alto poder aquisitivo de boa parcela da população. “Além disso, muita gente tem o espírito empreendedor. O fato de ser uma cidade muito voltada para concurso público já atrapalhou mais, só que isso tem mudado”, afirma.

Saiba Mais:

  • Os crescimentos sucessivos ostentados pelo setor precisam ser bem analisados por quem deseja enveredar por esse caminho.
  • De acordo com a ABF, mesmo em 2014 e 2015, os piores anos da recessão econômica até agora, o segmento apresentou crescimentos entre 7% e 10%. Esses percentuais, no entanto, não levam em consideração a variação da inflação de cada período.
  • O faturamento também sofreu baques significativos, demonstrando reação nos últimos dois anos.
  • Outro dado que pode gerar preocupação é a quantidade de franqueadoras. Enquanto as unidades se multiplicaram nos últimos anos, o número de empresas dispostas a expandir seus negócios caiu 1,1% no ano passado, diminuindo de 3073 redes no País em 2015 para 3039 em 2016. Como todo empreendimento, há riscos, portanto o investidor, como sempre, deve ser cauteloso. Não existe mamata.

Quem avisa amigo é

Sócia-fundadora de consultoria sobre franquias que leva seu sobrenome, Angelina Stockler resume: “para uma franquia dar certo, o franqueado tem que estar feliz”. Ela explica que para muitos interessados em adquirir esse modelo de negócios, a decisão sobre seguir em frente ou não só acontece depois de consultar outros franqueados daquela empresa.

“Existem franqueadoras que até recusam um potencial franqueado por não enxergar nele um perfil compatível. Tem de haver muita cautela dos dois lados para o negócio dar certo”, aconselha a dona da Stockler. Sua empresa também atua do outro lado, auxiliando as franqueadoras com negociações de aluguel e com fornecedores, por exemplo.

Foco local e mais visão estratégica

Para o presidente da Associação Brasileira de Franchising Altino Cristofoletti Jr., o modelo de franquias é vantajoso por combinar dois tipos de empreendedores em um mesmo negócio. “A franqueadora costuma ter a visão mais estratégica, enquanto o franqueado tem o foco local. Isso torna esse sistema muito virtuoso”, analisa.

Ele ainda exalta a “pujança da feira, mesmo com a economia travada”. Sediada no Expo Center Norte, no bairro de Santana, em São Paulo, o evento conta com 31 mil m² para abrigar os expositores. Os investimentos nos espaços para cada empresa podem variar entre R$ 8 mil e R$ 600 mil, dependendo da complexidade visual e logística de cada unidade. Segundo um estudo prévio feito pela assessoria interna do evento, a expectativa dos expositores é, pelo menos, conseguir o retorno desse valor em negociações.

Fluxo maior

“Cada marca tem seu planejamento institucional e a feira é um grande local para promover o ‘tête-a-tête’ com o cliente”, defende o presidente da ABF. Segundo ele, a expectativa de público de 65 mil pessoas foi conservadora, pois se assemelha ao resultado do ano passado. Apenas no primeiro dia, o fluxo teria sido 5% a mais em relação à mesma data de 2016.

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