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Brasília

Mãe de menino morto e jogado em vala acha faca e ajuda investigadores

Arma do crime foi encontrada onde o adolescente foi enterrado 30 dias após a divulgação do laudo cadavérico. Terceiro envolvido foi preso

Arquivo Geral

21/11/2018 16h12

Maiko Tavares da Silva, 15, foi morto a 35 facadas e enterrado em uma vala em Planaltina de Goiás (GO). Foto: Facebook/Reprodução

Rafaella Panceri
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A mãe de Maiko Tavares da Silva, 15, morto e jogado em uma vala de um terreno baldio de Planaltina de Goiás (GO) em maio deste ano, encontrou a faca utilizada durante o crime de homicídio e ajudou a Polícia Civil de Goiás (PCGO) a prender mais um envolvido no caso na última terça-feira (20).

A.L.F., de 19 anos, participou do assassinato de Maiko em conjunto com outros dois rapazes, presos no mês de setembro. Ele era vizinho da família e demonstrou interesse pela faca, que foi entregue à Delegacia de Homicídios de Planaltina.

Segundo dona Eni Tavares, 57, doméstica, o criminoso agiu com frieza durante todos esses meses. “Falava com a gente, via a gente sofrendo e continuou a vida normalmente”, conta. Ela diz, ainda, que o envolvido tinha sido casado com a irmã da vítima, mas o relacionamento acabou. “Ele batia na minha filha”, lembra. Hoje, a mulher vive em Sobradinho.

A prisão só foi possível porque dona Eni voltou ao local onde o corpo do filho tinha sido enterrado pelos criminosos. “Trinta dias após o laudo ser liberado, dizendo que meu filho tinha levado 35 facadas, decidi voltar à vala com alguns amigos. Lá, encontramos uma faca enterrada. No dia em que encontraram o Maiko, não acharam a arma do crime”, relata.

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Comportamento suspeito
A mulher entregou a prova à polícia e começou a desconfiar do comportamento do ex-genro. “Ele soube que a gente tinha encontrado a faca e veio à minha casa para pedir. Perguntou se eu tinha encostado a mão diretamente nela. Estava alterado”, conta.

“Eu disse que a polícia tinha levado e ele ficou preocupado”, afirma. Depois disso, mais fatos suspeitos aconteceram. Outro vizinho disse à dona Eni que A.L.F. tinha matado Maiko.

Depois da prisão de Alan Jacques, dona Eni Tavares se lembrou de outras atitudes estranhas do rapaz. “No dia em que o Maiko desapareceu, ele [A.L.F.] chegou em casa correndo, com um saco de arroz pesado nos braços. Perguntei de onde ele vinha e ele disse que vinha de perto. Em seguida, perguntou se o meu filho já tinha chegado em casa. Quando disse que não sabia onde ele estava, ele falou para avisá-lo, caso aparecesse”, lembra.

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Motivação
Após o corpo de Maiko ser encontrado, o envolvido teria pedido as bermudas do adolescente à dona Eni. “Disse que não ia dar. Só esse mês consegui terminar de pagar as coisas que meu filho comprava no meu cartão. Ele rouba muito. Ontem, foi preso com uma camiseta que era do Maiko”, aponta.

A família não imagina qual tenha sido a motivação de A.L.F. para assassinar o adolescente. Ele confessou o crime à polícia e, em depoimento, disse que a razão teria sido um furto cometido por ele em sua residência. Ele é acusado de homicídio e estupro em outros estados.

“A prisão não trará meu filho de volta, mas dá a sensação de que as pessoas que fizeram isso não ficarão impunes. Espero que ele tenha um julgamento justo e que o juiz não solte. A polícia tem feito um bom trabalho”, declara Eni Tavares.

Delegado reabre o caso

O chefe da Delegacia de Homicídios de Planaltina, Antônio Humberto Soares, esclarece que o inquérito sobre o caso já tinha sido enviado à Justiça, mas a novidade — a faca, encontrada pela mãe da vítima — fez com que as investigações fossem reabertas. “Prendemos mais um envolvido ontem e continuamos a investigar o caso até que ele seja esclarecido”, afirma.

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