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Brasília

Linfoma: conheça os sinais de uma doença perigosa

Arquivo Geral

21/08/2018 7h00

Atualizada 20/08/2018 21h19

Rubens Alvarenga descobriu Linfoma em 2013. Foto: Francisco Nero/Jornal de Brasilia

Jéssica Antunes
Lígia Vieira
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O aparecimento de caroços ou “ínguas” – como são popularmente chamados o inchaço dos gânglios – em locais como o pescoço, virilha ou axila pode ser sinal de uma doença grave: o linfoma. A campanha Agosto Verde-Claro ocorre durante todo o mês para conscientizar a população sobre esse tipo câncer, que atinge o sistema imunológico.

Atualmente, esta é uma das formas da doença mais comuns entre os brasileiros – nos últimos 20 anos, dobrou o número de casos no País. Segundo estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca), em 2018, a projeção de novos diagnósticos a cada 100 mil habitantes no Distrito Federal é de 1,12 entre homens e 1,01 entre mulheres.

É comum que não haja dor no local dos caroços. Por isso, especialistas indicam que a prevenção deve ser feita pelo autoexame – ou seja, apalpar estas partes do corpo e perceber se há uma mudança no tamanho dos gânglios. Outros sinais da doença são o suor noturno, a febre vespertina, a perda de peso e o cansaço sem motivo.

“Na maioria dos casos, o diagnóstico da doença é um achado que pode ser descoberto a partir de um exame de sangue, por exemplo”, acrescenta o hematologista Alexandre Caio, do Instituto Onco- Vidas/Onco-Clínicas.

Com comportamento e grau bem distintos, o linfoma se apresenta de forma branda ou muito agressiva. “Em alguns casos, o tratamento precisa ser rápido, então é necessário uma quimioterapia ou radioterapia. Mas, em outros pacientes, o linfoma aparece de forma mais mansa e o médico acompanha uma pessoa por vários anos sem que a doença se altere”, explica o hematologista.

Atualmente, o tratamento também pode ser feito por meio de procedimentos como a imunoterapia, que é o uso de anticorpos alterados em laboratórios, e o transplante de medula óssea. “Os medicamentos estão cada vez mais avançados e são mais eficazes no processo de cura do paciente”, complementa o médico.

Como o linfoma não tem apenas uma causa, está relacionado à imunidade e ao fator genético, a prevenção pode ser feita. Segundo Caio, é preciso evitar o tabagismo, o consumo exagerado de bebidas alcoólicas e o contato com radiação ionizante e derivados de petróleo. Porém, o hematologista frisa: “O mais importante é o diagnóstico precoce, pois assim a doença é tratada logo no início”.

Uma simples “bolinha”

Em 2013, o médico anestesista Rubens Alvarenga, 70, foi diagnosticado com Linfoma de Hodgkin, um dos tipos mais comuns da doença. Na época, ele percebeu uma pequena bolinha no pescoço.

O paciente se consultou, fez biópsia e ressonância e no próprio exame já soube do que se tratava. “Era uma sexta-feira. A radiologista já disse de cara que era um linfoma. Câncer. Tive que esperar até segunda para que o médico tranquilizasse”, lembra.

O tratamento foi simples, tranquilo e pouco invasivo. Quatro anos depois, porém, uma forte dor na lombar atrapalhou os planos de uma viagem à China. “Constatou- se uma fratura e era complicação no linfoma, que se tornou mais agressivo. Essa transformação acontece em 20% dos casos, fui sorteado. Cerca de cinco dias depois fiz cirurgia para estabilizar a coluna”, lembra.

Desta vez, o tratamento foi mais agressivo. Ele fez seis sessões de quimioterapia, entre junho e novembro. O cabelo caiu, a mobilidade reduziu. Agora, o médico aposentado volta à vida normal.

“Afetou uma parte sensível da coluna, mas já voltei a fazer caminhadas de uns cinco quilômetros por dia. Eu não fico me lamentando. Nunca tive nada. Na minha idade, tem gente que tem diabetes, cardiopatias… eu tenho linfoma”, argumenta.

Saiba Mais

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a previsão é que 12.710 novos casos da doença devam surgir em 2018, no Brasil.

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