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Brasília

Laudo aponta substância entorpecente no sangue de jovem que morreu após festa rave

Arquivo Geral

14/09/2018 20h02

Reprodução

Ana Lúcia Ferreira
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A jovem de 19 anos, que morreu após participar de uma festa rave no dia 23 de junho no Recanto das Emas fez uso de droga sintética e pesada. A informação consta no laudo pericial divulgado nesta sexta-feira (14). De acordo com o documento, no sangue de Ana Carolina Lessa foi encontrada a substância N-Etilpentilona, ainda pouco conhecida, porém bastante perigosa.

Ana saiu de casa, em Águas Claras, para ir ao evento com amigos. Porém, durante o festival de música eletrônica, ela passou mal. A jovem foi localizada por parentes e amigos na casa de um conhecido, no Sol Nascente, por volta de 00h10 do dia 25. Valda Lessa, mãe da garota, chegou a registrar ocorrência pelo desaparecimento da filha.

Leia Mais: Jovem morre após participar de festa rave no DF; polícia investiga

Mãe de jovem que morreu após rave suspeita que bebida foi adulterada

De acordo com a delegada-chefe da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), que investiga o caso, Cláudia Alcântara, a droga é novidade na Capital e só entrou no registro de substância entorpecentes da Anvisa em março de 2017.

“O N-Etilpentilona é uma droga sintética, com aparência similar ao Ecstasy, porém, com efeito potencializado. Acreditamos que a Ana e outros jovens que estavam na festa tenham consumido a substância sem saber do que se tratava. Quando misturada com o álcool ela pode causar um efeito ainda maior”, afirmou.

Agora, a polícia investiga se os organizadores da festa tinham controle efetivo para coibir a possível entrada de drogas nos eventos realizados. Até o momento, 32 pessoas foram ouvidas pela delegada. Além dos produtores, a equipe médica contratada para o atendimento de possíveis emergências no evento também será chamada.

Efeitos

O laudo apontou que a ingestão da substância pode causar agitação, euforia, pânico, alucinação, coma e até mesmo o óbito. No caso de Ana Carolina não foi possível identificar a quantidade de droga em seu sangue.

Em depoimento, a mãe da vítima disse que a filha, quando localizada, estava com comportamento alterado e com diversos hematomas pelo corpo, mas se negava a ir a um hospital. “Por volta das 7h, quando ela acordou, continuava agitada e com fome. Levei ela ao Hospital São Mateus, no Cruzeiro, onde ela teve duas paradas cardíacas, insuficiência renal e foi a óbito”, contou.

Ainda conforme o relato da mãe, testemunhas disseram que a filha começou a ter alucinações durante a festa. O N-Etilpentilona pode ser comercializado em comprimidos, selo ou frasco (líquido).

Ana Carolina Lessa tinha 19 anos. Foto: Reprodução

Relembre

Ana Carolina Lessa morreu após participar de uma festa rave no Recanto das Emas no dia 23 de junho de 2018. A menina saiu de casa, em Águas Claras, na companhia de amigos com destino ao evento. Como não retornou para casa, a mãe registrou um boletim de ocorrência pelo desaparecimento. Porém, ela foi localizada por familiares na casa de um conhecido em Sol Nascente, na madrugada do dia 25.

A jovem foi levada para casa, mas aparentava um comportamento agitado. Na manhã seguinte a mãe da garota,Valda Lessa, levou a menina a um hospital particular no Cruzeiro, onde ela teve duas paradas cardíacas, insuficiência renal e morreu.

Profissionais admitem dificuldade

Empresas que prestam serviços de primeiros socorros apontaram em reportagem feita pelo Jornal de Brasília, que o uso de drogas e entorpecentes é mais recorrente – mas não exclusivo – em festas de música eletrônica e que, muitas vezes, enfrentam barreiras no atendimento.

Por outro lado, produtores argumentaram que é difícil conter a entrada de drogas, mesmo com revistas. A polícia também confirmou a  situação recorrente. A morte da jovem Ana Carolina Lessa, 19 anos, horas após uma festa rave, reacendeu o debate sobre o consumo de drogas em eventos. Seria preciso mais segurança, brigadistas e firmeza da fiscalização?

Divulgação

Pelas normas técnicas, festas com estimativa de público de 200 a mil pessoas precisam ter, inicialmente, três brigadistas. A partir daí, a quantidade de bombeiros civis aumenta gradativamente. No entanto, a norma estabelece apenas um mínimo de dez brigadistas para eventos estimados em mais de sete mil pessoas.

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