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Brasília

Jovem que estuprou e matou vizinha é preso seis anos após o crime

Arquivo Geral

19/11/2018 20h26

Paullo Weslley Amaral, 24 anos, preso pela morte e estupro de operadora de caixa. Foto: Divulgação/PCDF

Ana Karolline Rodrigues
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Seis anos após o assassinato de uma operadora de caixa de 23 anos, que também foi estuprada, a Polícia Civil do Distrito Federal concluiu as investigações e chegou ao autor dos crimes. Paullo Weslley Macedo do Amaral, 24, estava em prisão temporária desde o dia 1º de novembro e nega a prática. Na tarde desta segunda-feira (19), a PCDF enviou o inquérito à Justiça, pedindo a conversão em prisão preventiva.

Casa onde vítima foi estuprada e morta, em Santa Maria. Foto: Divulgação/PCDF

Raiane Xavier Ferreira Silva foi estuprada, roubada e assassinada em julho de 2012, em Santa Maria. Segundo a delegada Viviane Bonato, a vítima estava dormindo quando Paulo invadiu a casa pela janela da cozinha e estuprou e esfaqueou a mulher no pescoço. Em seguida, o agressor roubou o celular de Raiane e fugiu. Ainda segundo a diretora da Divisão de Homicídios e de Proteção à Pessoa, a vítima estava sozinha em casa e vivia no mesmo lote que o agressor. De acordo com vizinhos e amigos da jovem, ela não tinha proximidade com o autor do crime.

Atualmente, tais práticas seriam qualificadas como feminicídio. Porém, a delegada explicou que o caso não pôde ser enquadrado no crime por ter ocorrido ainda em 2012, antes da mudança da lei. “Se fosse depois de 8 de março de 2015, teria a qualificadora. Apesar disso, é um caso típico do feminicídio, que, além da questão da violência doméstica e familiar, ocorre também por menosprezo à condição de mulher”, afirmou.

Casa onde vítima foi estuprada e morta, em Santa Maria. Foto: Divulgação/PCDF

Seis anos de investigação

O diretor do Departamento do Instituto de Pesquisa e DNA Forense (IPDNA), Samuel Teixeira, afirmou que no dia 31 de julho de 2012, data do ocorrido, foi coletado material com sangue na parede da casa e material vaginal da vítima, no qual foi encontrado vestígio genético do agressor. Este mesmo material, composto de células epiteliais, estava na parede próxima ao local em que o corpo da vítima foi deixado.

Desde então, foram feitos exames de DNA em dezenas de suspeitos, mas não havia compatibilidade. Segundo o diretor do IPDNA, a lei brasileira permite a coleta de material genético para inserção em banco de dados somente se a pessoa estiver condenada. Portanto, até então, a polícia não tinha dados que levassem ao rapaz.

Paullo Weslley Amaral, 24 anos, preso pela morte e estupro de operadora de caixa. Foto: Divulgação/PCDF

Outro fator que dificultou as investigações foi a mudança de endereço do autor do crime. Dois dias após o ocorrido, Paulo se mudou com a família para outra residência, também em Santa Maria. Recentemente, ele havia sido expulso de casa e estava morando na rua, após a família suspeitar que o rapaz furtava objetos dentro da própria residência. No início deste mês, Paulo foi encontrado em Ceilândia, na casa de amigos, e na última semana o resultado exame de DNA comprovou sua autoria. Tanto a arma do crime quanto o celular da vítima não foram encontrados.

Paulo trabalhou como garçom em lanchonetes na Asa Norte e no Cruzeiro, mas agora estava desempregado. Após os crimes contra Raiane, ele teve mais de uma passagem na polícia por roubo.

Delegados Viviane Bonato e Samuel Teixeira. Foto: Ana Karolline/Jornal de Brasília

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