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Brasília

Joe Valle quer Câmara Legislativa transparente

Arquivo Geral

21/12/2016 7h00

Atualizada 20/12/2016 19h37

Foto: Hugo Barreto

Millena Lopes
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Presidente eleito da Câmara Legislativa, o deputado Joe Valle (PDT) prega a autonomia do Legislativo e diz que, durante a gestão dele, a Casa radicalizará na transparência. Uma campanha interna para conscientizar servidores será lançada antes mesmo da posse, marcada para 1º de janeiro. Nesta entrevista, ele garante não ter ressentimento contra o governador Rodrigo Rollemberg por ter apoiado o adversário dele, Agaciel Maia (PR), para presidir a Casa. E garante estabelecer uma relação harmônica com o Palácio do Buriti.

Como vai ser sua relação com o Palácio do Buriti, nos próximos dois anos?

Vai ser uma relação harmônica e não poderia ser diferente. A Câmara Legislativa é uma instituição e precisa ser autônoma. Essa foi a lógica de nosso trabalho. Vamos trabalhar de forma harmônica pelo bem da cidade. E, durante a minha gestão, a Câmara Legislativa vai estar sempre dialogando com o Executivo, mas de forma autônoma.

“O papel da Câmara é justamente este:  trabalhar com a comunidade o diálogo para aperfeiçoar as matérias. Vamos fazer grandes debates e discussões,  com participação popular.”

O senhor já se encontrou com o governador Rodrigo Rollemberg depois de ter sido eleito presidente da Câmara Legislativa, em detrimento do candidato que ele apoiou, deputado Agaciel Maia (PR)?

Já tive duas conversas com ele, mas não foram conversas formais. A Mesa vai se reunir com ele, mas ainda não sabemos a data. Uma parte dos deputados já está viajando e estamos esperando para ver se fazemos uma reunião agora ou esperamos até a próxima semana.

Ficou algum ressentimento pelo fato de o governador ter insistido em apoiar Agaciel, mesmo o senho sempre estando na base aliada dele?

A gente nunca pode levar esse tipo de relação para o lado pessoal. De verdade, a disputa para mim acabou na quinta-feira. Agora, é trabalhar por projetos que resignifiquem a Casa e que a gente possa ajudar Brasília.

O que se pode esperar da sua gestão nos próximos dois anos?

Autonomia e gestão estratégica. Sou um gestor, por natureza, pautado na radicalização da transparência. Vamos já começar uma campanha pela transparência, será nossa grande campanha interna de adaptação à Lei de Acesso a Informação. Além disso, vamos fortalecer as comissões, fazendo com que os mandatos saiam fortalecidos. Só tem Câmara forte com mandatos fortes.

O Executivo tem uma agenda extensa no próximo biênio e deve colocar em votação projetos polêmicos, a exemplo da Lei de Uso e Ocupação do Solo (Luos) e da liberação para implementar a gestão por organizações sociais na área de saúde. Como o senhor pretende encarar estes temas?

A Câmara é o local onde o Executivo pode colocar os pleitos para que seja promovida uma discussão plena, com o objetivo de se chegar a um consenso. O papel da Câmara é justamente este: trabalhar com a comunidade o diálogo para aperfeiçoar as matérias. Vamos fazer grandes debates e discussões, com participação popular.

Cinco deputados distritais, sendo que três deles te apoiaram, são investigados pela Operação Drácon. De que forma o senhor pretende encarar este tema na Casa?

A investigação está sendo feita pela Polícia Civil, pelo Ministério Público do DF, que são instituições que têm ferramentas para isso. Nosso trabalho na Câmara Legislativa é político, de leis. O piso da nossa gestão é a legalidade. Vamos tratar dentro da legalidade, com as estruturas que a Câmara tem – Mesa Diretora, Corregedoria etc -, seguindo os ritos da Câmara. Agora, é preciso esclarecer que a Câmara Legislativa não é um tribunal.

O senhor pretende promover mudanças significativas na estrutura já existente na Casa?

Vamos seguir um planejamento estratégico já trabalhado, com planos de ação muito claros, para trabalhar uma gestão efetiva, no sentido de resignificar a Câmara.

Como será esse processo de resignificação da Câmara, na prática?

O processo de resignificação passa por uma aproximação radical da Casa com a população.

O senhor pretende retomar o projeto da deputada Celina Leão (PPS) de realizar sessões itinerantes nas regiões administrativas?

O que pretendo não é necessariamente isso. Meu plano é fortalecer as comissões da Casa. O projeto (Câmara em Movimento) é importante, as pessoas foram lá, viram o funcionamento da Casa etc. Mas queremos fazer isso mais porta a porta, com as comissões trabalhando nas cidades. Queremos trabalhar a TV da Câmara Legislativa, para que as pessoas possam, de casa, acompanhar as sessões; queremos também criar um aplicativo de interação; vamos colocar o orçamento em painéis. Vamos radicalizar a transparência.

E o concurso para contratação de pessoal, o senhor pretende dar andamento?

O concurso vai sair, claro que será dentro de uma perspectiva de efetividade para os serviços. Entendemos que, hoje, precisamos mesmo de realizar um concurso para que isso tudo o que falei aqui aconteça de forma efetiva.

O senhor vai tirar uma folga antes de assumir efetivamente o comando do Legislativo?

Tomo posse no dia 1º de janeiro, à tarde, mas, desde agora, já estou trabalhando.

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