João Paulo Mariano
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Após inúmeros embates na Câmara Legislativa e oposição de sindicalistas ligados à saúde, hoje (12), o Instituto Hospital de Base do Distrito Federal (IHBDF) começa a funcionar. O anúncio a respeito do primeiro dia do novo modelo de gestão foi feito nesta tarde. A instituição, que já tem 57 anos de história como hospital, continua pública e sem cobrança por atendimento. A promessa é que os primeiros reflexos venham em até junho. A intenção é melhorar todos os serviços, em média, em 20%.
Pelo estatuto do IHBDF, haverá uma avaliação anual para saber se os objetivos foram alcançados. Segundo o secretário de Saúde Humberto Fonseca, é impossível que não haja uma melhora. “Pode gerar um avanço pequeno, mas vai acontecer”, garante o secretário. Para ele, com o mesmo pessoal e mesmo orçamento de anos anteriores – R$ 602 milhões -, o fator que fará a diferença será essa mudança na gestão.
O contrato foi assinado ontem (11) e, nesta sexta, as movimentações em relação às contratações de pessoal e de compras começaram. Inclusive, Ismael Alexandrino foi exonerado do cargo de secretário adjunto de gestão em Saúde do DF e foi nomeado como o primeiro diretor-presidente do Instituto. A publicação saiu no Diário Oficial do DF de hoje.
Na prática
O novo diretor-presidente admite que as mudanças vão demorar um pouco a aparecer, já que a alteração na gestão vai ocorrer aos poucos. “Não é que viramos a chave que o Instituto vai mudar completamente”, afirma. “É extremamente desafiador para mim ou para qualquer gestor responsável”, argumenta Ismael. Apesar disso, a intenção é aumentar o número de cirurgias de 6,5 mil para 9 mil ao ano, reabrir os 107 leitos fechados devido à falta de pessoal ou insumos, e processos de licitação que duravam 11 meses devem cair para um ou dois, sem contar as compras emergenciais.
O governador Rodrigo Rollemberg fez o anúncio no Palácio do Buriti agora à tarde, porém, de manhã, ele fez uma visita ao Instituto sem a presença da imprensa. Para o chefe do Executivo, esse modelo vai servir de reflexo para outros Estados. Ele garantiu a gestão moderna e disse que se assemelharia, juridicamente, ao Hospital Sarah Kubstcheck, mas com assistência diferenciada “porque é de portas abertas”.
Edital sai na próxima semana
O diretor-presidente Ismael avalia que um dos maiores desafios é a gestão de pessoas que será levada de forma prioritária. Até porque é o pagamento de funcionários que consome 74% do orçamento anual do Base – R$ 450 milhões.
Porém, a partir de agora, não haverá mais concurso feito pela Secretaria de Saúde para o hospital. Será o próprio Instituto que cuidará disso. O primeiro edital deve sair na próxima semana e vai contratar 708 pessoas. Dessas, 475 vagas serão para repor os profissionais que escolheram deixar a instituição e trabalhar em outro local, e o restante para repor o quadro e organizar as escalas.
Base em números:
- 57 anos e 55 mil m²
- 500 mil consultas por ano
- 3.236 servidores
- 708 novas contratações