A manifestação de diversas tribos indígenas do Brasil na Esplanada dos Ministérios terminou em confronto com a Polícia Militar nesta terça-feira (25). Os militares precisaram usar gás e bombas de efeito moral para controlar índios que ameaçavam invadir o Congresso Nacional. A polícia recolheu cerca de 50 flechas lançadas contra os militares. Ninguém ficou ferido.
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- Os índios participam do 14º “Acampamento Terra Livre (ATL)”, que acontece até a próxima sexta-feira (28), em Brasília. Eles estão acampados no gramado ao lado do Teatro Nacional.
- De acordo com a organização, esta será a maior mobilização indígena realizada na capital federal nos últimos anos. Estão previstos protestos, marchas, atos públicos, audiências com autoridades, debates e atividades culturais.
Após a confusão na entrada da Chapelaria, um dos acessos ao Congresso Nacional, os índios voltaram a ocupar o gramado em frente ao prédio e fecharam as pistas dos dois sentidos da Esplanada dos Ministérios. O grupo deixou cerca de 200 caixões pretos no local para simbolizar o “genocídio dos povos indígenas”, em uma crítica à bancada ruralista no Congresso.
O grupo protesta contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. Segundo manifestantes, a proposta é um “retrocesso nos direitos indígenas”.
As principais reivindicações da mobilização este ano são a retomada das demarcações de terras indígenas, o fortalecimento de órgãos de política indigenista como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), do Ministério da Saúde; e o combate ao avanço da mineração em áreas indígenas, principalmente na Região Norte.
De acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), 4 mil pessoas participaram da marcha. De acordo com a PM, cerca de 2 mil manifestantes estavam no local no início do protesto.