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Brasília

Indígenas fazem ato na Praça do Compromisso em memória à morte de Galdino

Arquivo Geral

20/04/2017 22h38

Foto: Myke Sena

Há exatos 20 anos, morria o índio Galdino, símbolo do esquecimento da importância histórica dos povos indígenas. E para homenagear o líder da tribo pataxó hã-hã-hãe, indígenas realizaram um ato na Praça do Compromisso, na 703/704 Sul, nesta quinta-feira (20).

Com cantos e danças, participantes se reuniram nesta noite para fortalecer essa memória. De acordo com Gilberto Vieira dos Santos, secretario-adjunto do Conselho Indigenista Missionário, o ato é de extrema importância para que as pessoas não deixem que a causa dos povos indígenas seja abafada. “Galdino estava aqui em uma reunião de reinvidicação de sua terra, e muitos dos que estão hoje aqui lutam pelo espaço aqui mesmo em Brasília. Este é um momento de fortalecer esse laço que nos une à luta desses povos”, diz.

Gilberto afirma ainda que é importante que as pessoas procurem entender melhor essa luta para que os indígenas possam ser reconhecidos dentro de suas adversidades pela sociedade brasileira. “A morte de Galdino é uma expressão dessa violência que os índios vêm sofrendo em vários lugares do Brasil. Os povos indígenas têm uma luta que é contínua. Ninguém pode fechar os olhos para esses povos que seguem sendo massacrados. Eles têm direitos, mas isso é, infelizmente, desconhecido”, afirma.

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Para comemorar o Dia do Índio, neste domingo, a partir das 10h, os Kariri-Xocó vão fazer um dia de canto e dança, com comidas típicas e artesanato. O valor de entrada é R$ 30 e vai ser utilizado para auxiliar o evento, completamente produzido pela comunidade. Eles convidam a todos.

Acampamento Terra Livre

Representantes indígenas que organizam o Acampamento Terra Livre em Brasília reuniram-se com o governador Rodrigo Rollemberg e secretários do DF na tarde desta quinta-feira (20). Eles pediram apoio para encontrar um local adequado para o grupo acampar na próxima semana.

Com a proposta de unificar as lutas dos índios brasileiros e garantir direitos, o acampamento está agendado para 24 a 28 de abril. Inicialmente, o grupo ocuparia o quadrilátero em frente ao Congresso Nacional, mas teve problemas de autorização.

O GDF se comprometeu a trabalhar na realocação do acampamento para uma área nos arredores da Esplanada. Além de plenárias no próprio acampamento, onde haverá tendas para espaço de auditório e grupos temáticos de debate, a programação inclui audiências no Congresso e no Supremo Tribunal Federal.

“Lá é de acesso mais fácil para cumprirmos nossas agendas”, explicou Sônia Guajajara, uma das lideranças da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). Na edição do ano passado, o Acampamento Terra Livre ficou próximo ao Memorial dos Povos Indígenas, no Eixo Monumental.

Outras demandas foram apresentadas, como um pedido para que Brasília tenha um espaço fixo para abrigar atividades indígenas. “Temos total interesse em ceder um espaço para isso. Uma maneira seria tentarmos parceria com entidades para construir”, adiantou o governador.

Memória

Galdino Jesus dos Santos, conhecido como índio Galdino, foi morto aos 44 anos, no dia 20 de abril de 1997, por cinco jovens. O grupo ateou fogo quando ele dormia em uma parada de ônibus da Asa Sul.

Os quatro envolvidos que eram maiores de idade foram presos e condenados a 14 anos de prisão por homicídio triplamente qualificado. O menor cumpriu um ano de medidas socioeducativas. Para lembrar o fato, foi feita a Praça do Índio na 703/704 Sul.

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