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Brasília

Homicídios e roubos diminuem, mas violência contra crianças aumenta no DF

Arquivo Geral

03/08/2018 19h11

Rayra Paiva Franco/Jornal de Brasília.

Rafaella Panceri
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Notificações de violência física, psicológica e sexual aumentaram 38% no sistema de saúde pública do Distrito Federal no mês de julho. Enquanto isso, crimes violentos e contra o patrimônio registraram queda generalizada.

A redução foi de 20% no número de crimes violentos e letais e de 13,5% nos crimes contra o patrimônio. O Balanço da Segurança do mês de julho foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública e da Paz Social na tarde desta sexta-feira (3).

Houve 369 notificações de violência física, sexual, psicológica e referentes a negligência e abandono no período, conforme a Secretaria de Saúde. Em julho do ano passado, foram 227 registros no mesmo mês — aumento de 38%.

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Do total, 40% foi referente a violência sexual. Maioria dessas vítimas (80%) foram crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. Entre os episódios de violência física, as vítimas foram majoritariamente (60%) mulheres.

O número de estupros ocorridos em julho está mais baixo. Houve baixa de 30,4% em relação ao mesmo mês de 2017. No acumulado janeiro-julho, a diminuição foi de 19,5%.

Rafaella Panceri

Abuso sexual em evidência
A chefe do Núcleo de Estudos e Programas na Atenção e Vigilância em Violência (Nepav), Fernanda Falcomer, avalia o aumento no número de registros de violência com otimismo. “O comum é que haja segredo. Principalmente porque os casos acontecem dentro de casa, na família”, contextualiza. “A curva é ascendente e mostra que o fenômeno está em evidência”, confirma.

No DF, o perfil das vítimas de violência sexual que chegam ao serviço de saúde é de crianças e adolescentes com idade entre 10 e 14 anos. “Mas a violência se inicia antes, com cinco ou sete anos. Em 60% dos casos, dentro das residências”, ilustra Fernanda Falcomer.

O acolhimento acontece em duas frentes. “Até 72 horas após a violência, a vítima deve ir ao hospital para ter acesso a exames e medicamentos que evitem gravidez e doenças sexualmente transmissíveis. Após 72 horas, o ideal é ir ao posto de saúde ou pontos de atendimento especializados”, aconselha.

Arrombamentos de veículos aconteceram 30% menos do que em julho de 2017. Foto: João Stangherlin/Jornal de Brasília.

Menos furtos em veículos
O total de crimes contra o patrimônio caiu de 4,6 mil em julho de 2017 para 3,9 mil em julho deste ano. O destaque positivo foi para a redução de 30% no número de furtos em veículos: foram 747 em julho deste ano contra 1 mil em julho de 2017.

Entre os crimes violentos letais e intencionais, a diminuição foi de 20%, com destaque para o crime de homicídio: foram cinco a menos do que em julho do ano anterior. A Secretaria de Segurança Pública divulgou que 84% dos autores identificados tinham antecedentes criminais. Entre as vítimas, 73% tinham passagem pela polícia.

O secretário da pasta, Cristiano Sampaio, analisa os indicadores. “A identificação de vítimas e de autores com antecedentes mostra um diagnóstico importante de briga por território, acerto de contas e tráfico de drogas”. Sobre a diminuição dos crimes no DF como um todo, ele pondera que julho é mês de férias escolares. “Não podemos comparar com um mês em que há atividades normais”, aponta.

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