Menu
Brasília

Homem que tentou invadir escola já abordou criança em brinquedoteca, diz denunciante

Arquivo Geral

08/02/2019 19h35

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Ana Karolline Rodrigues e Brenda Abreu
[email protected]

Após a tentativa de invasão de escola na Asa Norte, o ex-policial civil Edílson Menezes da Cruz, de 49 anos, foi detido nesta sexta-feira (8), levado para a 5ª Delegacia de Polícia e, em seguida, encaminhado para a 2ª DP. Ainda hoje, pais e funcionários do colégio foram à delegacia para denunciá-lo. A Polícia Civil, porém, não informou ainda se o acusado permanecerá detido.

“Esse homem não pode ser solto”, diz a funcionária de uma academia na 305 Norte, que aguardava para registrar ocorrência na 2ª DP. Ela denuncia que o homem já tentou abordar crianças em uma brinquedoteca, em novembro do ano passado.  Segundo a mulher, Edílson é matriculado no estabelecimento em que ela trabalha. A funcionária narra que, na ocasião, o homem teve a entrada barrada por estar descalço e trajar calça jeans. Então, o homem foi para a academia ao lado e tentou abordar crianças, que esperavam responsáveis na brinquedoteca.

“Ele tem matrícula, mas está com pendência e por isso não tem a entrada liberada pela digital. De alguma forma, ele conseguiu entrar na academia ao lado, foi até a brinquedoteca e ofereceu balinha para duas crianças de aproximadamente seis anos de idade. A moça que cuidava das crianças percebeu o que estava acontecendo e o mandou ir embora. Nesse momento, ele jogou um papel dobrado para uma das crianças, em que estava escrito o e-mail dele”, relata.

A denunciante o reconheceu ao ler as notícias do caso da Escola Pedacinho do Céu, ocorrido na segunda-feira, na 108/308 Norte. “Eu vim à delegacia fazer a denúncia como cidadã mesmo, e não como funcionária. Porque eu vi as fotos dele nos jornais e senti a necessidade de denunciar. Agora, a moça que estava cuidando das crianças virá à delegacia dar o seu depoimento”, diz.

Na tarde de hoje, a antiga funcionária da brinquedoteca esteve na 2ª DP para registrar a ocorrência. Ela relata que o homem abordou uma menina de dez anos e tentou se passar por um professor de judô. A mulher conta que, da mesma forma que a outra funcionária, ela decidiu registrar a denúncia após o caso ocorrido nesta semana.

Edílson Menezes da Cruz, 49 anos. Reprodução

Tentativa de invasão em escola

Nessa segunda-feira (4), por volta das 14h, Edílson tentou invadir a Escola Pedacinho do Céu, na entrequadra 108/308 Norte. Para Thiago Ramalho, 30 anos, pai de um aluno novo no colégio, é fundamental que agora a instituição reforce a segurança. “Eu fiquei surpreso e em choque com a situação”, disse o advogado. “Um episódio totalmente despretensioso, que a gente nunca imagina que vai acontecer. De uma hora para outra vem um cara daquele e tenta invadir a escola. Eu acho fundamental que eles reforcem a segurança, que contratem mais porteiros. Acho que toda escola tinha que ficar de olho”, disse.

Para a dentista Vanessa Rangel, 36 anos, o sentimento que fica após o caso é de medo. Ela, que tem dois filhos que estudam na escola, considera que o local sempre se preocupou com os alunos, mas que teme ainda pelas crianças. “A escola sempre atendeu muito bem. Nem precisou de pais se manifestarem, a própria escola já tomou as medidas”, disse. “A gente sente medo e vulnerabilidade. As crianças podem ficar expostas e vulneráveis, apesar da escola ter agido corretamente”, completou.

Foto: Reprodução/Google

Segundo a diretora da instituição de ensino, Kárita Queirós, “a escola tomou as providências e hoje nós estamos com a segurança reforçada, com dois porteiros”. Ela conta que a tentativa de invasão ainda se repetiu na terça-feira (5). “Ele tentou entrar duas vezes nesta semana, uma vez na segunda e outra na terça, como se estivesse entrando qualquer outra pessoa. Ele não chegou a entrar nas dependências internas da escola. Na primeira vez ele entrou na recepção, foi impedido e saiu. Na segunda vez, ele só bebeu água e saiu”, narrou.

Quanto à segurança do local, Kárita reforçou que esta é a primeira vez que algo parecido ocorre no colégio e que não há perigo dentro da instituição. “A gente sentiu insegurança, apesar de que dentro da escola não tem perigo algum, e que é isso que nos tranquiliza”, disse. “Mandamos comunicado para os pais explicando a situação. É a primeira vez que acontece movimento suspeito aqui na escola. A gente tomou as providências antes mesmo de saber que ele possuía a ficha criminal e avisamos os órgãos competentes (Polícia Civil e PM)”, completou.

Na delegacia, outra mulher aguardava para registrar boletim de ocorrência quando viu Edílson e o reconheceu. “Ele estava ontem na frente da escola da minha filha, a Anjo da Guarda, na 912 [Norte]. Eu a busquei às 17h30 e fui para casa tranquilo. Depois vi as mensagens no grupo das mães que falaram que era ele”, relatou.

Veja, a seguir, o momento da prisão:

Diversas Passagens

Edílson Menezes da Cruz possui extensa ficha criminal, com cerca de 50 registros. Em 2001, o ex-policial civil foi expulso da Corporação por estupro e atentado violento ao pudor. Entre os crimes, constam ao menos quatro estupros, tráfico de drogas, corrupção passiva e violência doméstica.

O Jornal de Brasília tentou conversar com o delegado Laércio Rosseto, da 2ª DP, responsável pelo caso, mas o mesmo afirmou que está tomando as providências legais quanto ao acusado e enquanto isso não dará depoimento. A polícia também não informou se o ex-policial permanecerá detido.

Leia também:

“Poderia ser em qualquer escola”, diz mãe após tentativa de invasão em instituição da Asa Norte

Ex-policial que manteve namorada refém é preso novamente

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado