Da Redação
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Acusado de matar a ex-companheira a facadas, Vinícius Rodrigues de Sousa foi condenado a 30 anos de prisão pelo Tribunal de Júri de Samambaia. O homem cumprirá pena em regime fechado pelos crimes de feminicídio e homicídio qualificado por motivo torpe, uso de meio cruel, além de recursos que dificultaram a defesa da vítima. Ele não poderá recorrer em liberdade. O crime aconteceu no dia 6 de junho, um dia dias depois de ele ter sido solto em uma audiência de custódia por tê-la agredido.

Para o juiz-presidente do júri, Fabrício Castagna Lunardi, a “reprovabilidade” do crime foi ainda maior por ele ter premeditado a ação. Conforme o processo, o réu teria matado a vítima por conta de desavenças conjugais anteriores. Também teria interferido o impedimento de se aproximar da mulher após decisão judicial que aprovou a medidas protetivas de urgência em favor de Tauane Morais dos Santos, 23.

Lunardi também considerou que Vinícius apresentava conduta agressiva contra a vítima e contra os filhos do casal, de 2 e 4 anos. Ele teria praticado atos de violência física, psicológica e patrimonial ao longo de todo o relacionamento. Testemunhas afirmaram que o réu possui personalidade machista, possessiva, agressiva e de desrespeito à condição da mulher.

Relembre o caso

Era o fim de tarde quando Vinícius Rodrigues de Sousa chegou à casa, na Quadra 206 de Samambaia Norte. No local, ele encontrou com a mulher. Durante discussão a mulher teria começado a receber golpes na sala do apartamento, antes de cair caiu no quarto. O homem ainda tentou se matar, desferindo golpes na região do estômago. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Regional de Taguatinga.

A casa ficou revirada após a briga:

Na época, o delegado-chefe da 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia), Eduardo Galvão, afirmou que não houve tempo para o oficial de Justiça avisá-la que o ex-marido estava solto, como é de praxe nesses casos. Vinícius não aceitava o fim do relacionamento. Apesar de ser historicamente violento, segundo testemunhas, não havia boletins de ocorrência anteriores contra o homem.

Dados

No Brasil, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram cinco feminicídios para cada grupo de 100 mil mulheres. Conforme informações de 2015 do IBGE, a Lei Maria da Penha contribuiu para a diminuição de cerca de 10% na taxa de homicídios contra mulheres praticados dentro das residências das vítimas.

A Lei do Feminicídio foi sancionada em 2015 e colocou a morte de mulheres no rol de crimes hediondos. Em dezembro daquele ano aconteceu a primeira condenação no DF, por crime ocorrido no Riacho Fundo.

Não se cale

A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) recebe denúncias anônimas, durante 24 horas, em todo o País.
No DF, há uma Delegacia Especial de Atendimento a Mulher na 204/205 Sul. O telefone da PCDF é o 197.