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Brasília

Homem preso por dirigir embriagado é encontrado morto dentro de delegacia

Arquivo Geral

15/07/2017 11h30

Reprodução/Arquivo Pessoal

Um homem de 48 anos foi encontrado morto dentro de uma cela da 13ª Delegacia de Polícia, em Sobradinho, no fim do dia dessa sexta-feira (14). A vítima, Luiz Cláudio Rodrigues, havia sido detida horas antes após ser flagrada dirigindo embriagada e se envolver em uma colisão de trânsito.

Luiz foi encontrado pelo escrivão da unidade. A família compareceu na delegacia para buscá-lo, após efetuar o pagamento da fiança, no valor de R$ 1.200, mas o encontrou sem vida. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio.

Familiares informaram que, no momento da prisão, não haviam outros detidos na unidade. Ainda de acordo com os parentes de Luiz, ele não tinha histórico de depressão ou problemas psiquiátricos e nem fazia uso de drogas.

Neste sábado Luiz que trabalhava como motorista da presidência da Caixa Econômica Federal completaria 49 anos e pretendia celebrar a data com uma feijoada entre amigos e familiares. O homem deixa um filho, de 29 anos, e dois netos, um de 5 e outro de 9 anos de idade.
Um inquérito será aberto para investigar o caso.

Nota Oficial

Em nota, o Sindicato dos Policiais Civis do DF lamentou a morte do servidor público e reforçou que há vários anos faz alerta sobre a falta de efetivo nos plantões e a ausência de estrutura física na corporação, o que segundo o sindicato prejudica os atendimentos.

Ainda de acordo com o texto o alerta para o risco de morte de policiais e de cidadãos que eram atendidos nas delegacias, em razão da falta de efetivo, falta de procedimentos e de falta de estrutura adequada, ficou registrado durante a realização da Operação VIDA, há cerca de 3 anos.

Leia a nota na íntegra

“O Sindicato dos Policiais Civis do DF vem alertando há vários anos sobre a falta de efetivo nos plantões e falta de estrutura física. Além disso, a retirada dos agentes policiais de custódia da Polícia Civil também é outro fator de risco na custódia de presos.

O suicídio do servidor público Luís Cláudio Rodrigues em uma cela da 13ª DP é mais uma tragédia anunciada. Como temos denunciado, a delegacia, que é uma central de flagrantes, trabalha com apenas 5 Agentes quando, na avaliação do sindicato, deveria contar com no mínimo 8 Agentes.

A unidade deveria contar com agentes policiais de custódia. Mas depois de acordo realizado pela Direção-Geral da PCDF, mais de 300 ainda trabalham no sistema penitenciário, contrariando lei federal. Legalmente, cabe aos agentes policiais de custódia a condução, escolta e custódia de presos nas unidades da PCDF. Não havia nenhum deles lotado na unidade de Sobradinho.

Apesar de ser uma central de flagrantes, Sobradinho é a única unidade que ainda conta com escala de plantão de 24 horas, ao contrário das demais, cujas equipes trabalham em escalas de 12 horas. A Organização Mundial de Saúde e a Secretaria Nacional de Segurança Pública já condenaram esse excesso de horas trabalhadas.  Entretanto, apesar dos apelos do sindicato para alterar a escala de serviço, a Direção Geral da PCDF mantém os servidores em escala estafante.

Quando realizou o Operação VIDA, há cerca de 3 anos, o Sinpol alertou para o risco de morte de policiais e de cidadãos que eram atendidos nas delegacias, em razão da falta de efetivo, falta de procedimentos e de falta de estrutura adequada. Não temos sido ouvidos pelo Governo do Distrito Federal, o qual vem sucateando a Polícia Civil.

Com isso, mais uma família brasiliense sofre com a omissão estatal. Lamentamos profundamente a morte de Luis Cláudio Rodrigues e nos solidarizamos com sua família e amigos. E esperamos que mais casos como este não mais aconteçam.” Sinpol/DF

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