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Brasília

Gratuidade do Passe Livre Estudantil custou R$ 290,8 milhões ao GDF em 2018

Arquivo Geral

23/01/2019 7h00

Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

Na busca por recursos para melhorar o atendimento em áreas como saúde, segurança e educação, pondo fim à crise que se espalhou por Brasília e cidades nos últimos anos, o Governo do Distrito Federal mira locais onde o dinheiro público possa escoar sem controle ou com flagrante injustiça social. Caso, por exemplo, dos desembolsos com o Passe Livre Estudantil. Reconhecido pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) como essencial no atendimento à população que realmente precisa, o alvo serão os desvios do programa – que, de tão amplo, contempla até alunos de escolas particulares, cujas famílias, em geral, podem arcar com o custo dos deslocamentos dos estudantes.

Ano passado, o governo desembolsou  R$ 290,8 milhões com o programa, com cerca de 220 mil estudantes utilizando o benefício de não gastar com o transporte público, segundo informações do DFTrans. O valor é considerado exagerado por especialistas, justamente pela abrangência atual do Passe Livre Estudantil. Por isso, Ibaneis Rocha pretende rever o modelo de funcionamento do benefício, de forma que  estudantes precisem comprovar a necessidade do passe para ter acesso ao subsídio. Segundo o governador, devido aos gastos, a isenção nas passagens de ônibus só deveria ser aplicada a estudantes que realmente precisem, uma vez que um aluno de escola particular dificilmente necessitará do benefício oferecido pelo governo a todos os alunos.

Pente-fino deve coibir fraudes

Em relação ao novo modelo de funcionamento do benefício e o que será preciso para estudantes comprovarem a necessidade do passe livre, a Secretaria de Transporte e Mobilidade do DF não soube informar como serão os processos para a mudança das regras.

Robert de Souza Lima, de 27 anos, concorda com as alterações. O estudante de curso técnico em enfermagem está seguro de que há pessoas que fraudam o sistema e que, então “é necessário passar um pente-fino para restringir o benefício quem realmente precisa”. “Eu acho certo, porque tem pessoas que, embora tenham consciência de que estão fazendo errado, usam sem precisar”, comentou.

O morador do  Guará ressalta a importância da passagem gratuita para continuar seus estudos. “Eu pego um metrô e um ônibus pra ir e pra voltar, então gastaria R$ 8,50 por dia e agora eu não gasto nada”, afirmou. Segundo Robert, há seis meses ele passou a usar o benefício e teve uma mudança em relação aos gastos mensais que tinha antes de obter o cartão do Passe Livre. “Eu gastava R$ 250 por mês com transporte, agora não pago. Faz toda a diferença”, relata.

A estudante de técnica de enfermagem, Samara Conceição de Oliveira, 20 anos, teme a mudança. Para ela, a medida pode interferir diretamente no acesso de estudantes aos locais de ensino, uma vez que acredita que alguns podem perder o benefício. “As passagens já não são baratas e agora a gente ainda tem que comprovar renda. Eu, por exemplo, faço estágio não remunerado e não tenho da onde tirar a passagem”, diz.

 

Para Samara, a passagem gratuita é uma grande ajuda em seu dia a dia. Foto: Vítor Mendonça/Jornal de Brasília.

 

 

 

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