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Brasília

Governo diz que evitará depredação de transporte público no Carnaval

Arquivo Geral

21/02/2019 7h00

Trens ficaram sem condição de uso no último Carnaval. Foto: Divulgação

João Paulo Mariano
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O Carnaval se aproxima e faz lembrar não só do sucesso que tem sido a festa de rua no Distrito Federal, mas também do reflexo negativo, que não passou batido. No ano passado, nesses mesmos dias, parte dos foliões deu um péssimo exemplo na volta para casa. Ônibus e trens do metrô foram depredados e causaram um prejuízo de cerca de R$ 150 mil aos cofres públicos.

Ainda não existe um esquema especial para evitar que essas situações ocorram novamente, embora o Governo do DF garanta que vai trabalhar para coibir qualquer ameaça. Para representantes de empresas de ônibus e do sindicato dos Metroviários (Sindmetrô-DF), o ideal é que mais linhas e trens sejam disponibilizados para amenizar a espera dos foliões. Além disso, pedem que a segurança seja reforçada na intenção de impedir qualquer dano que os mais exaltados possam provocar.

Sujeira tomou conta das estações, com a passagem da multidão. Foto: Divulgação

Demora

A reclamação de muitos foliões costuma ser a demora para pegar um ônibus após as festas, às vezes já na madrugada. Em dias normais, os veículos saem da Rodoviária do Plano Piloto com um grande intervalo, pois a procura é menor. Mas no Carnaval a demanda é grande e a espera pode ser maior que uma hora.

Para piorar, vândalos depredam o transporte público. Na Quarta-feira de Cinzas do ano passado, o Metrô divulgou que cinco trens ficaram sem rodar por dias devido aos danos graves. Sem contar que somente de sábado a terça de Carnaval daquele, ano 48 janelas, 25 portas, 21 extintores, 118 capas de botões de emergência e cinco luminárias foram danificadas.

O resultado foi um prejuízo de R$ 50 mil, porém apenas R$ 30 mil saíram dos cofres da companhia. Os outros R$ 20 mil foram de mão de obra e estavam inclusos nos contratos já assinados da empresa. Assim, não acarretaram custo extra. Os dados são do Metrô-DF.

As empresas de ônibus não ficaram fora do prejuízo. Em 2018, em quatro dias de festa, os vândalos depredaram 58 veículos de quatro empresas, segundo a associação que atende as companhias que prestam serviço para o transporte público do DF, a Abratup. Alguns carros ficaram dias sem rodar porque tiveram parabrisas ou bancos quebrados. No total, o gasto para consertar todos os danos foi de R$ 100 mil.

Até manchas de sangue eram vistas nos vagões no ano passado. Foto: Divulgação

Festa grande

Em 2018, 746 mil pessoas foram aos eventos de Carnaval nas ruas do DF – apesar de o GDF, à época, esperar cerca de 2 milhões. Para este ano, a Secretaria de Cultura divulgou que planeja uma festa para 1,5 milhão de pessoas. Com os turistas que devem comemorar por aqui, o número pode chegar a 2 milhões em todo o DF, em quase 200 blocos.

Para não haver problema na hora em que essa multidão voltar para casa, o DFTrans informou que, no período do Carnaval, está garantido que haverá reforço no transporte coletivo à noite, com saída da Rodoviária do Plano para todas as cidades do DF. Porém, essa programação ainda está sendo acertada, pois a pasta ainda está recebendo dados da Secretaria de Cultura.

De acordo com o Metrô-DF, por sua vez, até o momento não há previsão de alteração no pré-carnaval. Mas durante os quatro dias de Carnaval haverá horário ampliado em meia hora – ao invés de o fechamento da circulação ser às 23h30, será à meia-noite. Mas, para servidores da companhia, o receio de que ocorra algo como no ano passado é grande.

Confusão no último fim de semana

O Sindicato dos Metroviários (SindMetrô-DF) emitiu uma nota pela qual relata que houve princípio de confusão no metrô no último sábado, dia em que alguns blocos já desfilaram. Na ocasião, um funcionário agredido.

“Fora o prejuízo que a empresa tem com o vandalismo que acontece dentro dos trens e estações, todos os anos, por ser incapaz de controlar a operação devido ao baixo efetivo de empregados, isso tendo pessoas aguardando para serem convocadas e trabalhar”, complementa.

O especialista em transporte público Márcio de Andrade considera que é preciso que haja planejamento com antecedência. Ele avalia que não adianta chegar às vésperas dos eventos sem nenhum plano preparado e esperar que dê certo.

“É necessário o aumento do número de ônibus para atender a demanda da rodoviária e o reforço do policiamento e da fiscalização nos pontos de embarque, até para não ter depredação. Há muita gente com os ânimos exaltados e ingestão de bebida alcoólica, o que favorece o quebra-quebra. Tem que planejar com a Secretaria de Segurança Pública também”, afirma.

Andrade também lembra que a falta de planejamento pode estimular o transporte pirata, que é inseguro. Se as pessoas não têm a possibilidade de utilizar os veículos oficiais, acabam se arriscando nos carros irregulares.

Versão Oficial

A Secretaria de Transporte e Mobilidade informou que a Subsecretaria de Fiscalização, Auditoria e Controle vai acompanhar a operação do sistema durante o Carnaval, de forma integrada, com as forças de segurança. A Secretaria de Segurança disse que o planejamento para o Carnaval 2019 está em elaboração.

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