Menu
Brasília

GDF segue sem resposta da CBF sobre veto à venda do mando de campo

Arquivo Geral

21/02/2017 22h20

Foto: Kleber Lima

Jéssica Antunes
[email protected]

“É uma decisão equivocada que prejudica os torcedores que nada mais são que os principais ativos da CBF, um tiro no pé que prejudica o desenvolvimento do futebol”, disparou Jaime Recena, secretário-adjunto de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal. Ele ainda espera respostas da confederação quanto às possibilidades administrativas de reverter a venda de mando de campo no Campeonato Brasileiro deste ano, que afeta diretamente o Estádio Nacional Mané Garrincha. Não bastasse isso, a possibilidade de o clássico carioca desembarcar na capital é quase nula, embora o Flamengo insista na tentativa.

Leia mais:

Calendário do Mané Garrincha fica esvaziado após veto à venda de mando

Ainda na segunda-feira, quando a decisão da maioria dos clubes que compõem a elite do futebol brasileiro foi anunciada, o secretário Jaime Recena procurou a Confederação Brasileira de Futebol. “Ainda não deram retorno, mas estamos pressionando”, garantiu o gestor. Se a definição não puder ser revertida, ainda há possibilidade de trazer jogos de outros grandes campeonatos e o governo não descarta até que a Libertadores da América seja disputada em solo candango.

Balde de água fria

O interesse do Flamengo em mandar a partida da semifinal da Taça Guanabara diante do Vasco no Mané Garrincha continua. Nesta terça-feira, Jaime Recena recebeu uma ligação de representantes do clube, mas assegurou: “a possibilidade está 90% descartada, mas estamos vendo o que conseguimos fazer”. Isso porque todo o planejamento das forças de segurança da capital estão focadas na programação do Carnaval. Um novo evento de grande porte, como o clássico carioca, necessitaria de toda uma reformulação das corporações.

Ao Jornal de Brasília, a Polícia Militar informou que planejamentos só ocorrem após uma solicitação formal, o que não aconteceu referente à possível partida. “Como a prioridade é a preservação da ordem pública e, consequentemente, a garantia da integridade física do cidadão, é salutar que um jogo de futebol que tem expectativa de grande público, o que demanda planejamento e o emprego de grande quantidade de policiais, seja realizada em uma data diversa das datas festivas de carnaval”, ressaltou.

Conta não fecha

A arena foi reconstruída para a Copa do Mundo. Custou R$ 1,8 bilhão aos cofres públicos e gasta R$ 13 milhões anuais em manutenção. Desde a reinauguração em 2013, o Mané Garrincha recebeu 99 partidas. No ano passado, foram sete jogos com três mandantes diferentes. Em 2017, já foram seis jogos: a disputa entre Flamengo e Grêmio pela Copa Primeira Liga e cinco rodadas do Candangão.

Apesar disso, o estádio continua sem uma agenda cheia para o ano. Há possibilidade de Ceilândia e Luziânia optarem por jogar ali pela Série D do Campeonato Brasileiro ou na Copa Verde, mas nada está definido. Os clubes brasilienses reclamam é preciso repassar até 13% da bilheteria, caro para os bolsos das equipes. A aposta é em shows e em partidas da seleção brasileira pelas eliminatória da Copa do Mundo de 2018 para movimentar a arena.

Para este ano, Jaime Recena garante que o estádio não ficará vazio: “A agenda de eventos culturais é intensa e há sinalizações de shows que sempre levaram muito público como Jorge e Mateus, Wesley Safadão e o festival Villa Mix, além de corridas que acontecem nas áreas internas”.

Em 2016, o estádio fechou as contas no vermelho. Somados todos os eventos do ano, mais de 1,2 milhão de pessoas estiveram no Mané Garrincha. Foram 28 partidas de futebol, sendo dez da Olimpíada. A arena também foi palco de eventos, como a 3ª Bienal do Livro e da Literatura, e shows nacionais e internacionais de bandas como Guns n’ Roses e Pearl Jam, ocasiões em que o aluguel do espaço é de até meio milhão de reais. Os gastos, porém, foram cinco vezes maiores que a arrecadação com jogos e eventos: R$ 1,7 milhão de lucro contra R$ 8,4 milhões de déficit.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado