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Brasília

Frejat pode se aliar a Cristovam e Joe Valle

Arquivo Geral

29/08/2017 7h00

Atualizada 28/08/2017 22h03

Foto: Josemar Gonçalves/Cedoc

Francisco Dutra
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Movimentos apressados e dúbios da direita empurram Jofran Frejat (PR/na foto) para uma aliança inusitada com o senador Cristovam Buarque (PPS), o presidente da Câmara Legislativa deputado distrital Joe Valle (PDT) e o presidente regional do PRB Wanderley Tavares. Frejat tem sido sondado por Buarque e Valle. Até há pouco, tudo não passava de flerte político.

No entanto, a sede de outros presidentes de partidos para assumir o papel de pré-candidatos, motiva o ex-secretario de Saúde mais bem avaliado do Distrito Federal e principal rival do governador Rodrigo Rollembergem 2014 a considerar realmente a chapa improvável.

Como princípio, Frejat mantém o pacto selado com o bloco conservador no ano passado. Sem cravar cargos, o acordo estabelece que os candidatos do grupo serão os nomes mais bem avaliados nas pesquisas, com maior capacidade de alianças e melhores condições políticas.

Do ponto de vista de Frejat, é muito curioso que alguns personagens neguem candidaturas diante dos holofotes, mas pelos bastidores disputem intensamente as posições eleitorais. Seriam movimentos fora de hora, uma vez que ainda falta muito para a corrida eleitoral de 2018. E esta postura desperta a atenção de Frejat para composições com outras frentes políticas.

Ponto de vista

O PRB projeta para 2018 uma aliança com raízes evangélicas incluindo Podemos, PHS e PSC. Segundo o presidente regional da legenda, Wanderley Tavares, o grupo avançou nas conversas com o PPS. As tratativas com o grupos do PDT e PR são mais recentes, mas mesmo não tendo contornos concretos são promissoras. O PRB tem planos para a Câmara Federal e a Câmara Legislativa. Já a coligação original de PRB, Podemos, PHS e PSC nutre expectativas por uma vaga majoritária. “Na minha opinião, existem questões em que é possível convergir e outra que precisam ser toleradas. Precisamos separar bem ideologias e religião. A direita tem pessoas competentes para certas coisas e a esquerda para outras. Todo lado tem coisa boa”, afirma Tavares.

“O futuro a Deus pertence”, diz Frejat, sobre uma eventual composição com PPS, PDT e PRB. Por enquanto, segundo o ex-secretário, as tratativas se resumem a conversas informais com Buarque sobre as necessidades do próximo governo do DF. “Eu não vejo dificuldade em uma aliança com ele e com um grupo que não tenha máculas. Não se faz política escolhendo lados, esquerda ou direita. Se escolhe o bom administrador, competente e capaz de fazer o melhor para a cidade. Sou destro de mão e canhoto do pé. Mais moço, jogava de ponta esquerda. Hoje jogo pela direita e pela esquerda sem distinção”, argumenta.

Segundo Cristovam Buarque, as conversas com Frejat focam na discussão de chapas, sem menção de nomes para cargos. “Não sei quem são essas pessoas da direita. Mas se esse pessoal está recusando Frejat, me dá o endereço que quero agradecer a eles”, brinca o senador. Para o parlamentar, um dos principais desafios na costura da chapa é mostrar para a população que este é um projeto para reerguer a cidade, longe de uma composição oportunista.

O PPS pretende inserir o ex-ministro do Tribunal de Contas da União Valmir Campelo nas tratativas pela composição da inusitada coligação. “Frejat é um nome respeitado pela cidade. É um candidato forte para governador, vice-governador ou senador. Gostaríamos de tê-lo em uma chapa, se possível”, comenta o presidente regional da sigla Chico Andrade. Outra preocupação da legenda na aliança é a eleição de uma grande bancada para a Câmara Legislativa.

Ibaneis avalia opção

A coligação improvável começa a atrair a atenção de outros personagens. Recentemente, o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB/DF), Ibaneis Rocha, conversou informalmente com Joe Valle. Ponderando em lançar-se para uma vaga majoritária, Rocha estuda os cenários para 2018 e ainda não está filiado a nenhum partido. No radar do ex-dirigente da OAB, composições com a direita não estão descartadas.

Apesar de mostrar um fôlego neste período pré-eleitoral, a chapa ainda terá que superar questões nacionais e partidárias. Em primeiro lugar, as tratativas estão sendo feita por personagens, mas não pelos partidos integralmente. Também é preciso ter em mente que a posição das legendas nacionalmente para 2018 será uma variável. O PDT, por exemplo, aposta na candidatura de Ciro Gomes para a presidência da Republica, o que demandará palanques estaduais.

Por fim, a reforma política em gestação no Congresso Nacional poderá mudar o jogo, especialmente se as regras para a eleição de parlamentares e composição de coligações proporcionais forem alteradas. As mudanças poderão se refletir, como aconteceu no passado, nas candidaturas majoritárias e portanto nas alianças.

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