Eric Zambon
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As escolas de samba devem voltar ao contexto do Carnaval do DF. Não é do jeito que elas sonham, com o retorno dos desfiles, mas as baterias de seis agremiações serão contratadas para eventos no feriado. A informação é do secretário-adjunto de Esporte, Turismo e Lazer, Jaime Recena.
“Elas precisam se redescobrir e achar novas formas (de se financiar), como aconteceu no Rio. Mas essa iniciativa (de contratar as baterias) é uma forma de reinserí- las”, afirma. Segundo ele, serão investidos R$ 300 mil e as datas e os tipos de eventos ainda serão confirmados.
A revelação aconteceu durante uma solenidade em que a Ambev anunciou apoio estrutural e financeiro a 80 blocos do Carnaval de rua do DF. A empresa, por meio da cerveja Antarctica, repete a parceria dos últimos dois anos.
Para todos
Um dos agraciados foi o bloco Virgens da Asa Norte, que reuniu 10 mil pessoas no último domingo (5). “Defendemos uma folia sem abadá, sem cordinha e para todos. Quanto mais investimento houver e mais blocos surgirem, melhor”, diz um dos idealizadores, Henrique Aragão, de 32 anos.
Empresa anunciou apoio estrutural e financeiro a 80 blocos do Carnaval de rua do DF.
Para ele, as festas em Brasília se assemelham às de Olinda, pelo fato de ambas serem cidades tombadas, e a capital tende a concentrar mais investidores de grande porte. “Nós mesmos só fomos procurados pela Ambev/Antarctica depois que o movimento ganhou corpo e demonstrou potencial”, confessa.
O secretário Jaime Recena defende que a atuação da iniciativa privada no Carnaval de rua não apenas compensa a situação financeira delicada do governo, como fomenta a folia.
“Hoje temos o quinto ou sexto maior Carnaval de rua do País”, exalta. “Até por conta da crise econômica, as pessoas estão viajando menos durante o feriado. Nossa realidade mudou muito nos últimos cinco anos. No momento não cabe fazer investimentos milionários na data”, ressalta.
Para ele, o Distrito Federal tem capacidade para atrair turistas da Região Metropolitana e até de outras capitais do Centro-Oeste, a exemplo de Cuiabá (MT) e Campo Grande (MS).
“Temos uma diversidade cultural que muitas vezes falta a outras cidades. Temos influências de frevo, samba”, diz.