Lucas Campelo
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Falha nos faróis é a principal irregularidade encontrada nos veículos flagrados pelo Departamento de Trânsito do DF (Detran-DF) sem equipamentos obrigatórios ou que estejam com dispositivos em desacordo com a legislação. Alguns motoristas atribuem o problema à Lei do Farol, que obriga o uso em rodovias mesmo de dia. Para eles, a frequência da utilização provocaria o desgaste.
Em todo o ano passado, segundo o Detran, 23.117 condutores foram notificados por infrações relativas a equipamentos obrigatórios. Dessas multas, 10.858 foram emitidas por defeitos no sistema de iluminação do veículo. Neste ano, já são 1.032 notificações dessa natureza.
O vaivém da Lei do Farol ainda não acabou. Ela foi suspensa mais uma vez, mas, apesar de não ter previsão para voltar a valer, muitos condutores, mesmo sabendo disso, optam por acender os faróis para evitar correr qualquer tipo risco. É o caso da professora Janine Carvalho, de 38 anos, que precisou trocar as lâmpadas do carro logo após começar a circular com o farol ligado diariamente.
Saiba mais
- Os carros são considerados irregulares quando não possuem limpador de para-brisa, buzina, chave de roda, pneu reserva, espelho retrovisor, triângulo, macaco ou problemas com o sistema elétrico, o que corresponde às luzes das setas, ré, freios e faróis.
– Nesses casos, as punições são para o proprietário do veículo, e não para o condutor.
– A multa é considerada grave, o que equivale a R$ 195,23 e cinco pontos na CNH.
“Quando passei por esse problema, a lei estava sendo aplicada. Atualmente, prefiro dirigir com eles acesos por medo de que a lei volte a valer a qualquer momento e eu seja multada. Mas acredito que isso só contribui para queimar as lâmpadas mais facilmente”, diz.
Segundo o eletricista Antônio Cruz, 52, dono de uma loja na 514 Sul, diariamente surgem clientes que procuram por reparos no sistema de iluminação. “As pessoas têm procurado muito pelo serviço, principalmente depois da lei do farol”, relata. “As lanternas não suportam ficar acesas o dia inteiro. Isso diminui a vida útil da peça”, diz o eletricista. Normalmente, o motorista que procura por esse serviço desembolsa entre R$ 15 a R$ 50, no mínimo.
E não é só ele que relata a situação. O também eletricista Milton Braga, 57, contou que, atualmente, esse é o serviço mais procurado. “Faço, em média, dez trocas de luzes queimadas por dia”, calcula.
O Detran, no entanto, garante que esse aumento se deve apenas à intensificação das fiscalizações. O órgão alega que, com isso, foi reduzida em 20% a taxa de acidentes nas vias da cidade.
Fique atento
O Detran orienta os motoristas a prestar atenção com os itens de segurança e obrigatórios do veículo. “É recomendado que, antes de a pessoa sair de casa, verifique a parte elétrica do veículo, assim como as condições dos pneus e a existência dos itens obrigatórios. Todos eles devem estar em bom estado”, alerta o diretor-geral da autarquia, Silvain Fonseca.
