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Brasília

Família de rapaz morto na Rodoviária tem sede de justiça, desabafa prima

Arquivo Geral

16/01/2019 15h44

Velório de Milton Junio Rodrigues de Souza, 19 anos, morto a facadas na madrugada de terça-feira (15) na Rodoviária do Plano Piloto. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Raphaella Sconetto
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Familiares e amigos se despedem do jovem Milton Junio Rodrigues de Souza, de 19 anos, morto a facadas na madrugada de terça-feira (15) na Rodoviária do Plano Piloto. O sepultamento está previsto para acontecer as 16h, no cemitério do Gama, na tarde desta quarta-feira (16). No local, o clima é de comoção e revolta.

Uma das primas do jovem, a estudante Thaís Ângelo, 21, diz que a família está completamente abalada. “Estamos sem acreditar. Era uma pessoa tão nova, tão boa. Como pode alguém tirar a vida do outro por causa de um isqueiro?! Ele estava com tantos planos”, lamenta.

Os pais de Junio, como era conhecido, preferem não dar entrevista. Conforme Thaís, os dois não conseguem falar. “A mãe está muito abalada. Pergunta por ele o tempo todo, pede para ligar para o celular pra ver se ele atende. Ela não está acreditando”, diz, chorando.

Thaís, prima de Milton Junio Rodrigues de Souza, 19 anos, morto a facadas na madrugada de terça-feira (15) na Rodoviária do Plano Piloto. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

A prima ainda critica a atuação das policiais Civil e Militar. “Ninguém nem avisou a gente da morte. A gente foi avisado pela mãe do amigo que estava com ele. Não sabemos de nada que está acontecendo”, destaca.

Para a família, o que resta, além das lembranças, a sede por justiça. “Não pode ficar assim. A gente quer que o responsável pague pelo que fez”, finaliza a estudante.

Boa parte da família é do interior da Bahia. A mãe, inclusive, estava lá para cuidar do pai, que já é de idade. Ela perdeu a mãe no ano passado. A mulher chegou a Brasília esta noite.

Junio nasceu e foi criado no Gama. Morava no Setor Leste com pai, irmão e a mãe. Segundo a tia Patrícia da Conceição Souza, 41 anos, faxineira, o jovem sempre usou transporte público. Ia e voltava do Gama para a UnB, na Asa Norte, de ônibus. Ela critica a segurança: “Esta terrível. Tanto que na quadra em que a gente mora não se pode nem sair direito”.

Relembre

Junio, como era conhecido entre os amigos, voltava de uma festa que aconteceu no Setor Bancário Norte, no bar Outro Calaf. Na rodoviária, ele estava acompanhado de mais dois amigos, quando começaram a discutir com um menor de idade em situação de rua por conta de um isqueiro. Revoltado, o adolescente desferiu as facadas e roubou os pertences do jovem. Junio, como era conhecido entre os amigos, chegou a ser socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Milton Junio, assassinado na Rodoviária do Plano Piloto. Foto: Reprodução/Facebook

Para os amigos e conhecidos, o sentimento de dor é consolado pelas memórias que o jovem deixa. “Ele gostava bastante de festa. Nunca o vi triste e ele não deixava ninguém ficar triste ao seu redor. Era um rapaz jovem, tinha tudo pela frente”, lamenta o estudante Pedro Nascimento, 20 anos, que conviveu com Junio no Ensino Médio.

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