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Brasília

Mãe de jovem que morreu após rave suspeita que bebida foi adulterada

Arquivo Geral

26/06/2018 17h24

Atualizada 27/06/2018 10h48

Valda Lessa, mãe de Ana Carolina, morta após ir a uma rave no Recanto das Emas. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Tainá Morais
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Relatos de familiares e amigos de Ana Carolina Lessa, 19 anos, que morreu após ir a uma festa rave no Recanto das Emas, reforçam a hipótese de que ela tenha sido vítima de sabotagem. A suspeita deles é de que alguém tenha colocado drogas na bebida da jovem durante o evento, ocorrido no último sábado (23).

“Para ela ter chegado a esse ponto de ficar desmaiada no meio de uma festa, só podem ter mexido na bebida dela para prejudicá-la”, diz a amiga.

 “Eu a vi caída na frente dos caixas, deitada sozinha em cima de um pano, e estava toda suja de fezes. Deixaram-na sozinha. Avisei a uma brigadista e informei que tinha uma moça caída no local. Acho que tudo aconteceu depois que tiraram ela da festa”, revelou uma testemunha a um familiar.

A amiga Jaissa Barbosa, 19 anos, ajudou na localização de Ana Carolina. “Meu amigo ajudou a Ana, que estava desnorteada, e a levou para casa de um amigo dele. Lá, a mãe dele cuidou dela, deu banho e comida. Em nenhum momento ele a deixou sozinha”, conta.

Jaissa ficou responsável por comunicar a família da jovem, ainda no domingo. “Ele me avisou que estava com a Ana por volta das 16h. Mas eu só consegui contato com a família às 20h”, explica.

Jaissa Barbosa, amiga de Ana Carolina, morta após ir a uma rave no Recanto das Emas. Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

Emocionada, a mãe da jovem, a empresária Valda Lessa, conta que a filha nunca havia ficado sem mandar notícias como dessa vez. “Ela sempre ia para as festas, gostava de sair. Nós sempre trocávamos mensagens e ela nunca ficou sem mandar notícias”, destaca. Valda sentiu falta de Carol no domingo, por volta das 15h. “Eu mandava mensagem, ligava e dava desligado. Foi aí que começamos a buscar por ela”, diz.

Valda acredita que alguém tenha feito algum mal à filha pelo fato de ter encontrado a menina muito machucada. “Eu garanto, com toda certeza, que Carol não ingeriu nenhum entorpecente por conta própria. Ela detestava drogas”, afirma.

Ana Carolina Lessa. Foto: Reprodução

Desaparecimento

Em um primeiro momento, foi registrada ocorrência de desaparecimento na 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga. Cinco horas depois, aproximadamente, ela foi localizada na casa de um “amigo”. “Esse rapaz surgiu agora. Mas nós não sabemos quem é. Amigos de amigos que o conheciam, mas ela nunca tinha falado desse rapaz pra mim”, explica Jaissa.

Ao ser encontrada, Ana Carolina estava aparentemente bem. A aparência, porém, camuflou o fato de ela estar dopada. “Nós não a levamos ao hospital porque ela não precisava ir naquele momento. Mas, quando amanheceu, ela acordou vomitando”, afirma a amiga.

No Hospital São Mateus, para onde a moça foi levada, a paciente deu entrada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Em seguida, teve duas paradas cardíacas e insuficiência renal. Foi então que não resistiu e foi a óbito.

“Ela é uma pessoa que não merece um lugar diferente a não ser o céu. Era considerada uma pessoa tranquila, meninona, molecona. Todos gostavam e ela ia sempre à minha casa há muitos anos. É revoltante”, lamenta Raquel Rolim, jornalista e amiga da vítima.

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília

O corpo de Ana Carolina Lessa será sepultado na manhã desta quarta-feira (27), no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. O velório estava previsto para começar às 18h desta terça-feira (26).

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