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Brasília

Facção planejava sequestrar juiz, executar agentes e incendiar ônibus no DF

Arquivo Geral

14/12/2018 12h20

O delegado Thiago Boeing dirige a Divisão de Repressão às Facções Criminosas da Polícia Civil do DF (Cecor/PCDF). Foto: Matheus Albanez.

Rafaella Panceri
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Uma facção criminosa conhecida como Primeiro Comando da Capital (PCC) planejava sequestrar um juiz, executar agentes penitenciários e incendiar ônibus no Distrito Federal. A motivação seria o tratamento rígido recebido por integrantes da organização que estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda.

Por meio da Divisão de Repressão às Facções Criminosas (Difac), a Polícia Civil do DF (PCDF) descobriu os planos do PCC para a cidade. Um dos faccionados, preso na Papuda, se envolveu em uma briga com um agente penitenciário nesta semana e foi encaminhado a uma delegacia. 

Após o episódio, o homem teria pedido aos chefes da organização criminosa autorização para iniciar ataques simultâneos a ônibus e a executar agentes do sistema prisional, além de sequestrar o magistrado. Os crimes seriam cometidos por faccionados que estavam em liberdade, moradores do DF e Região Metropolitana.

Nove presos
Por isso, a PCDF antecipou a operação Fora do Ar, deflagrada nesta sexta-feira (14). Ao todo, foram expedidos 16 mandados de prisão preventiva e 17 mandados de busca e apreensão nas regiões de Sobradinho, Samambaia, Recanto das Emas, Santa Maria, Brazlândia, Santo Antônio do Descoberto, bem como no Sistema Prisional do DF.

A ação contou com o Núcleo de Controle e Fiscalização do Sistema Prisional do Ministério Público (MPDFT). Nove pessoas foram presas e sete estão foragidas. Veja o vídeo:

Vingança
A organização criminosa pretendia, ainda, sequestrar um juiz do DF. A PCDF não divulgou nomes, mas afirma ter interceptado um plano detalhado de ataque. O mentor do crime está preso.

O delegado Thiago Boeing, diretor da Divisão de Repressão às Facções Criminosas da PCDF, conta que as informações chegaram à polícia ao longo da investigação, que começou há dois meses. “Em virtude do risco aos colegas e à comunidade do DF, antecipamos a operação. Ela duraria mais, para identificarmos mais indivíduos faccionados”, explica.

Boeing esclarece que, apesar de não terem acesso a telefones na Papuda, os detentos enviam recados por meio de advogados e visitantes. “Há várias formas de a mensagem sair”, pontua. “Interceptamos um plano de sequestro detalhado e prendemos o responsável. Outro preso enviou um recado à ‘Sintonia’, grupo do DF, pedindo que eles levassem um ‘salve’ às lideranças. Ele queria a execução de agentes penitenciários e atentados ao transporte público”, detalha. Ambos estão presos por integrarem facção criminosa.

‘Opressão’
O delegado cartorário da Difac, Maurilio Coelho, afirma que os presos do sistema penitenciário do DF “alegam sofrer opressão e, por isso, queriam retaliação”. Para o delegado, a opressão é o simples cumprimento da lei. “Isso se chama procedimento e é bastante rígido, seguido à risca, diferentemente de alguns outros estados brasileiros, em que celulares e armas entram”, exemplifica.

“O monitoramento da Difac antecipou os ataques. Noventa e quatro faccionados já foram presos para que a organização não cresça e ganhe força no DF”, complementa. A operação deve ser encerrada em janeiro, de acordo com a PCDF.

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