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Brasília

Ex-caseiro confessa ter matado médica há oito meses em Sobradinho

Colaborador JBr

10/02/2017 19h46

Foto: Ariadne Marçal

Rosana Jesus
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Após oito meses de investigação, a Polícia Civil do Distrito Federal prendeu o suspeito de matar uma médica aposentada em junho do ano passado, em Sobradinho II. A prisão foi efetuada na cidade de Nanuque (MG), na última quarta-feira (8). Rafael Silva de Jesus, de 26 anos, que foi trazido ontem para o DF, usava nomes falsos e trabalhava como servente de obras na cidade. A mulher dele também o acompanhava, mas, segundo a polícia, ela não tem participação no crime.

De acordo com o delegado-chefe da 35ª Delegacia de Polícia, Welington Barros, o suspeito foi localizado após a identificação do veículo roubado da vítima, na época do crime. “O carro estava em Sete Lagoas (MG), quando chegamos lá, seguimos as pistas e encontramos o Rafael. Ele foi abordado em frente a sua residência e não resistiu à prisão”, diz. Welington acrescenta que Rafael já estava sendo monitorado e, após a prisão, disse estar arrependido. O veículo, que foi encontrado sem placa, foi rastreado próximo à BR-040, local por onde Rafael fugiu, assim que efetuou o crime.

Segundo o delegado-chefe da 35ª DP, Welington Barros, o ex-caseiro disse estar arrependido do crime. Foto: Ariadne Marçal

Segundo o delegado-chefe da 35ª DP, Welington Barros, o ex-caseiro disse estar arrependido do crime. Foto: Ariadne Marçal

Ainda segundo o delegado, o suspeito confessou o assassinato, mas alega que não teve a intenção de matar a patologista Isabel Irene Rama Leal, 61 anos. “Em depoimento, ele disse que não foi nada planejado e que não houve participação de outras pessoas no crime, além disso, afirma que não queria que ela fosse a óbito. Mas essa declaração não combina com as condições em que a vítima foi encontrada”, explica Barros. “A mulher dele alega ter medo do marido, e, por isso, não o denunciou”, completa. O delegado frisa ainda que o suspeito confessou que estava prestes a fugir de Minas Gerais.

Rafael, que era caseiro da médica por duas semanas, alegou que havia sido desligado do contrato com a patroa, mas que teria sido recontratado três dias depois, quando o crime aconteceu. “O inquérito deixa claro que ele havia sido demitido três dias antes do ato, e que uma segunda pessoa teria sido contratada para o seu lugar. Entretanto, nas imagens analisadas depois do assassinato, é possível ver ele alimentandos os animais, o que pode levar a crer que ele realmente foi recontratado”, relata o delegado Welington.

A vítima teria demitido Rafael porque não estava satisfeita com os serviços do caseiro. “Na época, os vizinhos afirmaram que ela já havia reclamado sobre o sumiço de alguns pertences da casa, por isso preferiu mandar ele embora”, esclarece o delegado.

A prisão preventiva de 30 dias já foi apresentada ao poder judiciário. Se condenado, o suspeito, que já tinha duas passagens por assassinato (ocorridos em Minas Gerais) e uma por roubo à mão armada, pode pegar até 30 anos de prisão pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte), que é inafiançável.

Relembre o Caso

Rafael Silva de Jesus fugiu há oito meses, após ser considerado suspeito de matar a patologista, que foi encontrada morta, amordaçada e com os pés e as mãos amarradas, no banheiro de casa, em junho de 2016.

A vítima não tinha filhos e morava há quatro anos no local, apenas com os animais de estimação. De acordo com os vizinhos, a idosa tinha um bom relacionamento no condomínio e, dias antes do crime, havia criado um grupo no aplicativo WhatsApp para reforçar a segurança da rua.

Natural de Minas Gerais, Rafael é casado e tem dois filhos. Ele veio para o Distrito Federal há cerca de um ano, foragido. Nas imagens das câmeras de segurança, momentos antes do crime é possível ver Rafael esperar Isabel na frente de sua residência. Em seguida, a vítima abriu o portão e permitiu a entrada do, até então, ex-funcionário.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

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