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Brasília

Está preso autor de tiro que matou jovem de 16 anos em Ceilândia

Arquivo Geral

14/11/2018 23h38

Atualizada 15/11/2018 10h02

Divulgação/PCDF

Ana Lúcia Ferreira
João Paulo Mariano
[email protected]

Está preso o autor do disparo que matou Osterno Guilherme M. Linhares de Sousa, de 16 anos, em Ceilândia. O crime ocorreu na última terça-feira (13), por volta das 16h, na Expansão do Setor O. Jonathan Sousa Lopes, 20, foi localizado na mesma região onde assassinou com um tiro no queixo o filho de um Bombeiro Militar do DF. A Polícia Civil chegou até o criminoso, após receber denúncias anônimas sobre o paradeiro dele.

Em um vídeo, o delegado-chefe da 24ª Delegacia de Polícia (Setor O), Ricardo Viana, detalhou o momento da prisão. Jonathan chegou a dizer que, no momento do crime, estava dormindo, porém, a versão foi desmentida pelos próprios familiares do criminoso.

Para o delegado, apesar do suspeito negar, não há dúvida de que ele tenha sido o autor do disparo que matou Guilherme. “Ele é um velho conhecido da delegacia de Ceilândia. Sempre nega o crime”, disse.

Ao Jornal de Brasília, Viana lembrou que, em junho deste ano, pediu a prisão de Jonathan, mas recebeu uma negativa por parte da justiça. O acusado teria roubado um comércio do Setor O. Quando levado à Delegacia, o rapaz negou a participação no assalto, porém tinha aparecido nas imagens do circuito da loja com as mesmas roupas que estava quando chegou à DP.

Agora, o delegado afirma que haverá o pedido de prisão à Justiça, pois a detenção ocorreu ainda em flagrante. “Foram 28 horas de diligências até chegarmos na solução do crime. A população, por meio de denúncias no serviço 197, teve papel fundamental”, ressaltou Viana.

O acusado deve responder por latrocínio. A Polícia ainda não sabe o paradeiro da arma do crime ou do aparelho que foi roubado na ação.

Velho Conhecido

Jonathan é um velho conhecido da polícia. De acordo com a Corporação, quando menor, teve, ao menos, quatro registros por atos infracionais.  Chegou a ficar na Unidade de Internação por três anos e saiu em fevereiro deste ano para retornar ao mundo da criminalidade.

“O ultimo crime dele foi a morte desse jovem, que assustou a população de Ceilândia e de todo o DF. Ele diz que não cometeu, mas a família dele diz que ele saiu de casa pouco antes do crime e retornou logo que ocorreu bem alterado. As testemunhas que viram o fato ocorrer também o reconheceram”, relata o investigador.

Comoção no enterro

O corpo de Osterno Guilherme Linhares de Souza, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (14), no cemitério de Taguatinga. Entre os que foram lamentar a morte do adolescente estavam alunos e professores do centro de ensino onde ele estudava, além de parentes e vizinhos. Bombeiros também marcaram presença, uma vez que a vítima era filho de um sargento da corporação. Os colegas de profissão ligaram as sirenes de viaturas para prestar uma homenagem ao garoto.

Velório de Guilherme, morto em assalto em Ceilândia. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasília

Em meio à tristeza no velório, muitos choravam, abraçavam os pais de Guilherme e diziam palavras carinhosas sobre o jovem. Houve também orações e cantos de músicas gospel na capela.

“Um menino do coração bom” 

Todos que conheciam Guilherme afirmaram que o jovem era um “menino de bom coração”. A professora de geografia do colégio do adolescente, Rosângela Maria de Souza, 38 anos, disse que ele era um ótimo aluno. “A gente escuta muito sobre assalto por lá, mas morte assim, perto da escola, foi a primeira vez”, afirmou.

“Guilherme era tranquilo, tirava notas boas e não mexia com ninguém”, contou o também estudante do CED 15 Keven Augusto, 16 anos.  “A gente jogou totó ontem”, relembrou outro colega, Ruan Ferreira, 16 anos, que estudava na mesma sala de Guilherme. “Ele tinha um coração muito bom”, acrescentou.

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A vizinha Leia Mendes, 39 anos, disse que a perda abalou todo mundo que o conhecia, pois ele era lembrado por ser quieto e dedicado aos estudos. “Lá é uma região muito perigosa, tem venda de droga na porta da escola. Minha filha mesmo já teve que sair correndo de um assaltante para não perder o celular”, relatou.

Osterno Guilherme Linhares de Sousa, 16 anos. Foto: Arquivo pessoal

 

Relembre o Crime

Guilherme Linhares de Sousa, 16, foi morto com um tiro no rosto, na QNI 17/18 de Ceilândia. O caso ocorreu por volta das 15h30 da última terça-feira (13), em frente a uma escola, quando o estudante ia para casa.

Antes de morrer, o jovem ligou para  o pai, bombeiro militar, ir buscá-lo. Porém, com a demora, ele resolveu ir para casa a pé. A residência fica a cerca de 300 metros da unidade escolar. Nesse meio tempo, ele foi abordado por Jonathan, que estava em uma bicicleta.

Houve apenas um disparo, que atingiu o queixo da vítima. Ele faleceu, apesar do socorro do Corpo de Bombeiros.

 

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