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Brasília

Ensino bilíngue: nova exigência do mundo contemporâneo

Arquivo Geral

11/04/2019 9h07

Shutterstock

Em um mundo tão globalizado, cresce cada vez mais a demanda para falar uma língua mundial, como o inglês. De acordo com dados do ano passado da Associação Brasileira do Ensino Bilíngue (Abebi), nos últimos cinco anos, o mercado escolar bilíngue se expandiu a índices entre 6% e 10%.

O Governo do Distrito Federal anunciou em março a promessa de levar o ensino bilíngue para as escolas da rede pública da região. Em escolas particulares, esse tipo de ensino já vem crescendo e gerando algumas dúvidas: quais os métodos, utilizados, as disciplinas aplicadas e a capacitação de profissionais bilíngues.

A pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (Belta) revela que só em 2017, o número de brasileiros estudando no exterior cresceu 23% e alcançou a marca inédita de 302 mil estudantes, revelando que cada vez mais pessoas buscam aprimorar seus estudos em outro país.

O ensino do segundo idioma desde cedo contribui para esse processo e é uma forma de facilitar a sua aprendizagem, especialmente porque o contato diário gera o costume. Segundo Sylvia Tzemos, diretora da escola bilíngue Maple Bear Brasília, a partir de 1 ano e 8 meses as crianças já têm contato com o segundo idioma na instituição.

“As etapas acompanham o próprio desenvolvimento da criança, primeiro ouvir, depois falar e por último, escrever. Dessa forma, as crianças bilíngues têm uma antecipação de consciência metalinguística. Sabem que tal objeto pode ser representado por palavras diferentes em línguas diversas, o que funciona como estímulo para o raciocínio relacionado à linguagem”, declara Sylvia.

Alguns pais se preocupam do bilinguismo provocar atraso ou confusão na apreensão do português, mas não existem estudos que comprovam isso. A diretora explica, que é comum, quando a criança é muito pequena, utilizar dois idiomas em uma mesma frase. A partir dos 5 anos de idade, isso vai diminuindo. Após um tempo, ela começa a distinguir e aprende o idioma certo para usar em cada ambiente.

“É importante lembrar que o desenvolvimento linguístico de um aluno bilíngue deve ser equivalente ao das demais crianças. Se houver uma grande discrepância, deve-se, igualmente, consultar um pediatra ou fonoaudiólogo, pois ela pode ter algum problema não relacionado ao fato de aprender duas línguas”, esclarece a diretora.

Para que um ensino seja bilíngue de fato, os profissionais normalmente passam por um processo seletivo realizado pela escola juntamente com o programa bilíngue, que avaliarão o conhecimento linguístico e pedagógico. Além da inovação no ensino, as vagas também atraem pela boa remuneração – alguns salários chegam a R$ 20 mil.

Contudo, é exigido que o docente seja bilíngue, o que não é o caso da maioria dos professores, fato que se torna um grande obstáculo. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), é estimado que cerca de 85% dos docentes que dão aulas de inglês para alunos de escolas públicas não dominam o idioma. Por muito tempo, o inglês foi visto como uma disciplina que completava a grade e os professores contratados eram os que “falavam inglês”.

Como a educação bilíngue já é comprovada como uma proposta educacional alinhada às competências necessárias para o século 21, tornam-se necessárias políticas de qualificação destes profissionais para que possam adentrar esse novo mercado, principalmente com a chegada de franquias em diversas regiões do Brasil. O profissional precisa investir em cursos especializados e pós-graduações, sempre buscando se aprimorar para atender às expectativas de um ramo tão promissor.

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