Tainá Morais
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Na tarde desta segunda-feira (20), familiares e amigos de Maurício Costa estão reunidos no Cemitério Campo da Esperança, em Taguatinga, para se despedir do adolescente, que foi encontrado morto nesse domingo (19) por conta de um videogame.
A família da vítima, sem condições de arcar com as despesas do enterro, conseguiu ajuda por meio do serviço social e de doações de uma empresa que arcou com o montante para o serviço funerário. O velório acontece em uma tenda, localizada no final do cemitério, pois não havia capela disponível para a criança.
Muito abalado, o pai do adolescente, Francisco de Assis, preferiu não se manifestar. Durante o velório, o tenente Couto, do Corpo de Bombeiros, responsável pela escola olímpica onde o jovem praticava alguns esportes, lamentou a morte precoce de Maurício. “Estamos todos abalados diante dessa tragédia. Ele era uma criança boa, que adorava jogar bola, e ficará para sempre na nossa memória, pois só deixou boas lembranças em nossa escola. Só Deus para nos confortar”, desabafou.
Professoras e a diretora da Escola Classe 01, onde Maurício estudava, também encontravam- se no local com cartazes, pedindo paz às crianças. Em entrevista ao Jornal de Brasília, a diretora da instituição, Alessandra Cláudia, disse que o aluno era um menino que, na sua essência, parecia ter menos de 11 anos, pela sua ingenuidade. “Ele sempre foi uma ótima criança, não era envolvido com a criminalidade. Ele era um menino impulsivo que muitas vezes agia sem pensar, mas faz parte da fase de uma criança. Maurício nunca nos deu trabalho”, contou.
Segundo relatos de amigos dos familiares, Maurício procurou, na última terça (14), um pastor de uma igreja e se mostrava interessado em ingressar em um grupo religioso de jovens. “Estava nítido que ele era uma boa criança, não tinha interesse nas coisas mundanas, muito pelo contrário, ele procurava Deus, e mal sabia o que iria acontecer”, relatou o pastor.
Relembre
O corpo de Maurício, que estava amarrado com um arame, foi localizado em frente ao barraco de um amigo, a 100 metros de onde morava. Lá, a polícia encontrou vestígios de sangue e uma arma. A área passa por perícia. O adolescente, amigo da vítima, saiu algemado do local.
A família informou que deu falta de Maurício por volta das 15h de sábado (18), após ele ter pedido para sair para jogar bola. Hoje, o pai teria ido procurá-lo no barraco onde o amigo da vítima morava. Ao chegar ao local, o pai encontrou apenas o padrasto do adolescente.
“Ele disse que meu filho não estava lá, mas apontou para um corpo queimado, na frente do barraco”, disse Francisco de Assis, que identificou a criança pela bermuda que usava. “Não só mataram o meu filho, mas cortaram seu pescoço e o queimaram. É muita maldade”, desabafou o pai, que disse desconhecer envolvimento da criança com drogas.
