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Brasília

Em recuperação após ter perna amputada, Joaquim Roriz deve deixar UTI em breve

Arquivo Geral

01/09/2017 7h00

Atualizada 31/08/2017 23h05

Liliane Roriz: expectativa de alta da UTI, volta para casa e, a partir daí, fisioterapia para garantir a reabilitação. Foto: Myke Sena

Francisco Dutra
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Em recuperação após amputar parte da perna direita, o ex-governador do Distrito Federal Joaquim Domingos Roriz deverá receber alta em breve. Internado desde anteontem (30) no Hospital do Coração do Brasil, Roriz teve a companhia da esposa Weslian Roriz, e das filhas Jaqueline, Liliane (deputada distrital pelo PTB) e Wesliane. O político que conduziu o Palácio do Buriti por 14 anos, ao longo de quatro mandatos, enfrenta um quadro clínico delicado de diabetes extremamente avançada e problemas renais crônicos.

“Meu pai é guerreiro. Quer viver. E vai atravessar isso. A família está do lado dele”, afirma Liliane Roriz, hoje deputada distrital

“Meu pai é guerreiro. Quer viver. E vai atravessar isso. A família está do lado dele. O nosso amor está com papai”, afirma Liliane Roriz. Após a alta, Roriz deverá seguir diretamente para a casa da família. Conforme o desenvolvimento da reabilitação, o ex-governador receberá uma prótese para poder caminhar. Neste sentido, os médicos começaram a traçar um cronograma para o tratamento de fisioterapia, necessários para o uso da perna artificial.

Diabetes e circulação

A família Roriz não comenta o quadro clínico do patriarca. Pessoas próximas do clã contam que o ex-governador vinha há alguns meses fazendo o tratamento para melhorar a circulação do sangue, comprometida pela diabetes avançada. A técnica é conhecida como hiperbárica. Contudo, na avaliação de médicos, foi necessário fazer uma cirurgia para a retirada de dois dedos do pé direito.

O ex-governador voltou para casa, apresentando bons sinais. Todavia, nas primeiras análises pós-operatórias, os médicos viram a necessidade de um novo procedimento, para a retirada de parte da perna direita indo até a altura do joelho. Conforme o relato de amigos e amigas da família, foi uma decisão muito difícil para os familiares. Roriz chegou ao hospital no começo da tarde da última quarta-feira, indo para a mesa de operação logo em seguida.

Saiba mais

  • Joaquim Roriz foi governador do DF por 14 anos, ao longo de quatro mandatos. Também representou o DF no Congresso Nacional como deputado e senador.
  • Com estilo político populista, conservador e clientelista, Roriz é um dos principais personagens no tabuleiro político brasiliense — senão o principal.
  • Adotando uma política ousada de ocupação do solo, Roriz foi o responsável pela criação de diversas cidades do DF. Fato controverso. Por um lado, órgãos de fiscalização e controle criticam a falta de planejamento e os efeitos prejudiciais desta estratégia. Por outro, a população das respectivas cidades agradece até hoje a chance de ter a casa própria.
  • O ex-governador também foi alvo de denúncias de corrupção e protagonista de escândalos, a exemplo da operação Aquarela, que investigou um suposto esquema de corrupção no Banco de Brasília (BRB).

O procedimento foi bem sucedido. Segundo fontes próximas da família, o ex-governador recuperou a consciência ainda na noite do dia 30 e falou brevemente com esposa e filhas. Extraoficialmente, avaliações médicas apontam que se o novo procedimento tiver êxito Roriz terá melhora na qualidade de vida.

Em função da extensão do procedimento, o ex-governador precisou ficar internado em uma unidade de tratamento intensivo (UTI), lembrando que além dos problemas de saúde, Roriz está com idade avançada, tendo 81 anos. Ao longo do novo período de internação, a família recebeu centenas de mensagens de apoio, especialmente pelo Whatsapp. Simpatizantes e rorizistas com acesso ao hospital também o cumprimentaram e fizeram votos de melhora para familiares. Alguns até prometeram fazer rodas de oração pela recuperação de Roriz.

Procura de equilíbrio no tratamento

Um dos principais desafios para recuperação de Roriz é encontrar o ponto de equilíbrio entre o tratamento contra a diabetes e os cuidados necessários para conter os problemas renais, que demandam medicamentos e hemodialises diárias. Conforme o relato de pessoas próximas ao clã, os dois procedimentos são conflitantes, gerando dificuldades a melhora do quadro e também lapsos de consiência.

Além da interação medicamentosa pesada do ex-governador, a troca de sangue promovida na hemodialise enfraqueceria remédios para a diabetes. O cenário complica o controle da diabetes.

O quadro de ausência de consciência começou a ocorrer há alguns meses. Nestes momentos, o ex-governador não interage com as pessoas a sua volta. Com mudanças no tratamento, Roriz começou a reverter o problema. No entanto, os lapsos ainda ocorrem.

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