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Brasília

Motorista envolvido em acidente na L4 Sul nega racha e se diz arrependido

Arquivo Geral

01/05/2017 19h40

Eraldo entrou e saiu pelos fundos da 1ª DP. Foto: Myke Sena

A Polícia Civil ouviu na tarde desta segunda-feira (1º) o segundo motorista envolvido no suposto racha na L4 Sul, que resultou na morte de duas pessoas na noite de ontem (30). Eraldo José Cavalcante Pereira, de 34 anos, se apresentou na tarde desta segunda-feira (1º) na 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul). Ele conduzia o Volksvagen Jetta que bateu no Ford Fiesta, onde estavam as vítimas. Após o acidente, ele fugiu sem prestar socorro às vítimas.

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Em seu depoimento, que durou cerca de uma hora e quarenta minutos, Eraldo, negou que tivesse participando de racha, o que foi relatado à polícia por testemunhas. Ele também negou que estava dirigindo em alta velocidade e sob efeito de álcool. Disse, ainda, ter fugido do local, a pé pela L2 sul, por ter ficado assustado com a situação. Segundo sua versão do acidente, ele dirigia na faixa do meio da via quando decidiu mudar para a da esquerda e, por um erro de cálculo, acabou colidindo na lateral traseira do Fiesta.

O depoimento, de acordo com o delegado adjunto da 1ª DP, Ataliba Nogueira, foi convincente. Durante a declaração, Eraldo chorou, disse estar arrependido e contou que, apesar da situação delicada, pretende dar todo o apoio possível para os familiares das vítimas. Ele entrou e saiu pelos fundos da delegacia e decidiu não falar com a imprensa.

Para escapar dos agentes de trânsito após o acidente, a suspeita é de que eles tenham contado com a ajuda de um outro carro – um Fiat Uno vermelho. Segundo a Polícia Civil, a pessoa que dirigia o Uno pode ser responsabilizada legalmente por ter ajudado na fuga. A Polícia Civil do DF continua investigando o caso. (Com informações de Daniel Cardozo)

Sargento dos bombeiros presta depoimento

Mais cedo, o sargento do Corpo Militar de Bombeiros do Distrito Federal (CBMDF) Noé Albuquerque Oliveira, de 42 anos, que no momento do acidente conduzia um Land Rover Evoque, também prestou esclarecimentos. Em sua defesa, ele negou que estivesse fazendo “pega” e informou que eles voltavam de uma festa em uma lancha no Lago Paranoá.

Ainda em seu depoimento, o bombeiro disse ter ingerido uma “latinha” de cerveja, mas alegou que não chegou a fazer o teste do bafômetro porque o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) não disponibilizava do equipamento no momento. Ainda segundo o delegado, a polícia deverá entrar em contato com os participantes da festa para saber se houve consumo de bebidas alcoólicas.

Segundo o sargento, ele estava na velocidade da via de 80km/h, a uma distância de 300m do carro que se envolveu no acidente. Ele contou que chegou a prestar socorro, mas precisou sair para levar a esposa ao hospital, que teria ficado ferida no acidente. Ele foi liberado em seguida.

Como eles se apresentaram espontaneamente, eles não puderam ser presos em flagrante. De acordo com a Polícia Civil, o flagrante ocorre quando, após o crime, a polícia descobre o autor por conta própria. Se o autor se apresenta à polícia, não havendo perseguição ou notícia do paradeiro do autor, não pode ser lavrado auto de prisão em flagrante. Nesse caso, é registrado como Auto de Apresentação Espontânea.

Entenda o caso

Na noite desse domingo (30) três carros suspeitos de participarem de um racha provocaram um grave acidente na Avenida L4 Sul. O motorista do Jetta bateu na traseira do Ford Fiesta em que uma família retornava de um passeio dominical. Com a batida, o carro atingido perdeu o controle, saiu da pista e capotou diversas vezes. Cleusa Maria Cayres, 69 anos, e Ricardo Clemente Cayres, 46, morrem no local. Os outros dois ocupantes do veículo foram encaminhados ao Hospital de Base.

Outro veículo ocupado por parte do grupo, um Chevrolet Cruze, também foi atingido durante o acidente e tinha um amassado na lateral. O carro foi estacionado a cerca de 200 metros do acidente, com três mulheres dentro. A motorista se apresentou como irmã do condutor do Evoque e se recusou a soprar o bafômetro, mas permaneceu no local durante a ação policial. Ela foi foi ouvida ainda na noite de ontem. A polícia não deu detalhes sobre o que ela teria dito.

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