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Brasília

Em Brazlândia, alunos especiais estão sem professores

Arquivo Geral

06/07/2017 7h00

Atualizada 05/07/2017 22h27

Juliana diz que não percebeu muito avanço no aprendizado da filha. Foto: Breno Esaki

Douglas Lemos
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Desde o início de abril, 30 estudantes de altas habilidades, da rede pública de ensino, estão sem professor da área de exatas no Polo de Arte e Cultura de Brazlândia. A unidade atende crianças e adolescentes. Além da área de exatas, as crianças consideradas superdotadas também recebem aulas de artes e outras atividades que estimulam as habilidades. O coordenador do Polo, João Batista, confirmou ao JBr. a falta de professor.

Dhenner Mitchel, designer gráfico, é pai de Deivy Fernandes, de 7 anos. A criança tem a leitura em nível avançado e a escrita no mesmo ritmo que outra criança da mesma idade. Ele recebia assistência de exatas justamente para tentar equiparar o nível. O primeiro acompanhamento aconteceu no Centro de Atenção Integral à Criança (CAIC) de Brazlândia, no ano passado.

Neste ano, o garoto foi encaminhado ao Polo de Arte e Cultura. O pequeno Deivy participou das atividades normalmente em março, mas em abril não havia mais o professor. Para Dhenner, o comportamento do filho regrediu após a pausa nas atividades da escola. “Parece estar mais disperso nas aulas”.

Juliana da Silva, moradora de Brazlândia, leva a filha de 12 anos para as atividades no Polo, às quintas-feiras, em turno oposto ao que estuda na Escola Classe. Ela viu pouco avanço no aprendizado da filha. “Eu a levo mais para atividades artísticas”, contou.

Thiago Magalhães, professor, deu aula de artes na escola por três meses. Ele conta que a falta de professores e de materiais é constante. “O material da escola era levado pelos próprios professores. Nós levávamos réguas e livros para trabalharmos com os alunos. Falta incentivo [aos profissionais]”, desabafou Magalhães.

Os pais também denunciaram a falta de psicólogo na unidade. A Secretaria de Educação do DF confirmou e informou que o psicólogo que atendia o Polo solicitou remanejamento para o Recanto das Emas, em junho do ano passado.

Versão oficial

Em nota, a Secretaria de Educação disse que a regional já solicitou a substituição do psicólogo para o Polo. Afirmou ainda que aguarda a nomeação de 10 psicólogos aprovados no concurso deste ano para ampliar seu quadro.

Sobre a falta de professores da área de exatas, a pasta disse que o profissional também pediu remanejamento.

A nota esclarece que a demora para nova contratação se deve ao processo de seleção, mais exigente para professores de atividades especiais. A Secretaria de Educação afirmou que as atividades serão retomadas em agosto.

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