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Brasília

Educação reconhece falhas e promete informatizar processo das vagas remanescentes

Arquivo Geral

23/01/2018 7h00

Atualizada 22/01/2018 22h24

Mesmo após uma pré-matrícula, pais voltaram a fazer fila em frente ao Centro de Ensino Médio Elefante Branco. Foto: Myke Sena

João Paulo Mariano
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Ninguém vai ficar sem estudar. Essa é a resposta da Secretaria de Educação depois de o Jornal de Brasília mostrar ontem (22) as filas de pais nas portas das escolas, que ultrapassaram madrugadas. Ao garantir a existência de vagas suficientes para a demanda, a pasta reconhece as falhas no preenchimento das cadeiras remanescentes, um processo quase manual. A promessa, enfim, é informatizar esta etapa, de modo a evitar que as cenas continuem a se repetir todos os anos. As matrículas para cerca de 13 mil vagas remanescentes em todo o DF serão efetivadas hoje.

O secretário de Educação, Júlio Gregório, antecipa a ideia para o ano que vem, ainda em estudo. Uma das possibilidades é que seja como a reserva de assentos de um avião: em determinado período do ano, os pais acessam o sistema e checam quantas cadeiras estariam vazias, permitindo a matrícula naquela turma.

“Seria uma evolução do sistema 156, que criei ainda no governo Cristovam Buarque (1995-1999). À época, já foi uma revolução. A gente espera que a informatização de outras partes do sistema melhore a situação”, afirma o secretário.

Ele lembra que houve a tentativa de centralizar as vagas nas regionais de ensino. Porém, o resultado poderia ser pior que o atual, até porque são 726 escolas e 14 coordenações. Ceilândia, por exemplo, com 105 unidades, teria apenas um local para os remanejamentos.

Gregório assegura que “todos os pedidos de matrícula serão atendidos”, pois não há déficit de vagas para os ensinos Fundamental e Médio na rede pública de ensino. Contudo, salienta que pode ser que, como o número de vagas de uma escola é finito, pode ser que a família não consiga remanejar o estudante para uma unidade específica, mas conseguirá em outra.

Na espera por mudanças

O aposentado Domingos Cerqueira, 58, passou a noite em frente ao Centro de Ensino Médio Elefante Branco (Cemeb) na tentativa de obter uma das 60 vagas do 2º ano para o filho. Ele reclama que houve uma pré-matrícula para aqueles que chegaram antes mesmo da divulgação do quantitativo. A auxiliar de serviços gerais Mariza Oliveira, 37, também não ficou nada feliz. A filha precisa de vaga para o 1º ano do Ensino Médio, e Mariza apostou todas as fichas no Cemeb.

Prevista para ocorrer às 17h em todas as unidades, ali a divulgação da lista ocorreu antes, no fim da manhã. A decisão da direção levou em conta a situação das pessoas acampadas em frente à unidade há dias. Assim, foi feita a pré-matrícula de cerca de 60 pessoas, que terão de voltar hoje com a documentação. Há 312 vagas para todas as séries.

Menos sofrimento

O diretor do Cemeb, Ivan Ferreira, garantiu que a decisão foi tomada para amenizar o sofrimento daqueles que estavam na porta, por dias e noites. Com isso, eles pensaram que não haveria mais fila. Porém, por volta das 18h, já havia mais de 20 pessoas esperando novamente. Ferreira garantiu que há vaga na escola para todos que a procurarem e que, se for preciso, há possibilidade de aumento das turmas.

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