Francisco Dutra
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O delegado Robson Cândido comandará a Polícia Civil do Distrito Federal a partir de 1º de janeiro de 2019. Atualmente encarregado das investigações na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), o servidor foi escolhido pelo governador eleito Ibaneis Rocha (MDB). O futuro chefe do Executivo tomou a decisão com base na lista tríplice elaborada pela própria corporação. Segundo a equipe do governo de transição de Ibaneis, o governador escolheu o nome mais votado da lista apresentada.
Em entrevista ao Jornal de Brasília nesta semana, antes da decisão de Ibaneis, Robson Cândido demonstrou a intenção de fazer uma gestão baseada no diálogo entre as categorias, na pacificação da Polícia Civil e no respeito à autonomia dos delegados. “Vamos construir um diálogo permanente entre a direção-geral, as entidades de classe, o governo local e federal, buscando o fortalecimento da instituição e, consequentemente, a excelência na prestação dos serviços de polícia judiciária, visando sempre ao bem do cidadão e da comunidade”, afirmou.
Com 46 anos de idade e 28 anos de profissão, ele é natural de Pires do Rio (GO) e trabalhou como agente naquele estado por oito anos. Em Brasília, são quase 20 anos de atividade como delegado. Sempre ocupou funções dentro dos quadros da PCDF e afirma que conhece, compartilha e vai dispensar “todos os esforços para concretizar os anseios dos servidores”. Ele se orgulha da trajetória pelas 13 DPs por onde passou.
Visão dos colegas de cargo
Na avaliação do presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil, Rafael Sampaio, a categoria ficou satisfeita com a escolha e com o critério escolhido por Ibaneis. “Nós estamos vendo com muitos bons olhos. Ainda mais pelo fato de o governador ter nos prestigiado escolhendo a indicação dos mais votado”, afirma.
Para Sampaio, Cândido assumirá a Polícia Civil com a missão de resgatar a autoestima da corporação e reverter o “sucateamento” da instituição. Pelas contas do sindicato, o número de policiais judiciários no DF deveria dobrar para garantir o enfrentamento adequado da criminalidade. Atualmente, o corporação tem 4 mil homens e mulheres. Policiais também cobram a paridade salarial com a Polícia Federal. A reabertura de 14 delegacias fechadas é outro desafio.
“Já estamos discutindo alternativas para que a instituição volte para os eixos. Como gratificações para serviço voluntário, chamar o pessoal aposentado para atividades administrativas. São respostas baratas, permitindo que os policiais realmente se dediquem à atividade-fim”, comenta Sampaio. Além das questões internas, hoje a Polícia Civil começa a enfrentar o avanço do crime organizado e de novas drogas sintéticas no DF.
“Para enfrentar isso não tem segredo. É preciso investir na investigação qualificada da Polícia Judiciária, a Polícia Civil. Infelizmente o governo Rollemberg (PSB) sucateou a polícia. E isso tem consequências. Estamos apreendendo armas longas, isso não acontecia. Caixas estão sendo dinamitados. Tudo isso são reflexos. Espero que agora as coisas voltem para o trilho”, argumenta.
Agentes também aprovam escolha
Ao tomar conhecimento da notícia, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol-DF), Rodrigo Franco, conversou com o governador eleito no começo da tarde desta quinta-feira (1º). O sindicalista lembrou que o Sinpol gostaria de ter participado das indicações, mas reconheceu que a nomeação é de livre iniciativa do mandatário.
“Desejamos ao novo representante da PCDF um mandato de sucesso e que seja primado pela valorização de todos os servidores e pela interlocução franca em prol dos interesses da instituição e de seus servidores”, declarou o Sinpol, em nota. Ainda de acordo com o sindicato, Ibaneis Rocha comprometeu-se novamente a cumprir os compromissos com a categoria, principalmente a recomposição salarial.
