Jéssica Antunes
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Com problemas para o acesso de pedestres e ciclistas e falhas na iluminação, o Deck Sul foi oficialmente inaugurado pelo governador Rodrigo Rollemberg na manhã de ontem. Tida como local democrático para acesso ao Lago Paranoá, a estrutura ao lado da Ponte das Garças, na L4 Sul, tem uma área de 77 mil metros quadrados. Durante a solenidade, foram feitas reivindicações de acesso livre e seguro a todos os brasilienses. A promessa é que uma ciclovia ligue as praças da orla ao metrô, mas não há data para conclusão.
O primeiro licenciamento para a obra aconteceu em 2009, mas a construção de fato teve início em dezembro de 2015. Depois de anos, embargos e multas, a área, que tinha orçamento inicial de pouco mais de R$ 10 milhões, foi concluída com R$ 12 milhões, com uma estimativa de média de seis mil usuários por semana. De acordo com o governador, “ajustes foram necessários” e ainda são.
A iluminação, por exemplo, deve passar por reparos até terça-feira. O problema, identificado antes mesmo da inauguração, não foi solucionado para não sujar a área, segundo o chefe do Executivo.
O acesso facilitado a ciclistas e pedestres no deck batizado de Parque dos Pioneiros Cláudio Sant’Anna foi reivindicado. “Agradecemos pelo parque, pedimos ciclovia de acesso”, diziam faixas instaladas pela Associação Brasiliense pela Qualidade de Vida (Abravida).
A reclamação foi compartilhada por ciclistas que estiveram na inauguração oficial do espaço e comentada pelos gestores. Júlio Menegotto, diretor-presidente da Novacap, informou que estudos já foram realizados para a construção de acessos, o que pode chegar até a estação 114 Sul do Metrô, a cerca de quatro quilômetros de distância.
“A reivindicação é natural. Estão certos, ajustes são necessários, como banheiro, água e acesso a ciclistas. O Deck vem para contribuir para a qualidade de vida do brasiliense”, afirmou o administrador regional do Plano Piloto, Marcos Pacco.
O governador Rollemberg foi além. Prometeu, além de 6,5 quilômetros para ciclistas interligando parques, a obra da Praia Norte, onde é o piscinão da Asa Norte.
Saiba mais
- O local tem mais de sete mil quilômetros de calçadas, 1,4 mil metros de ciclovia e 1,2 mil metros de pista de cooper.
- Além disso, há três parques infantis, um Ponto de Encontro Comunitário, 120 vagas de estacionamento, 52 bancos de madeira e 51 lixeiras.
- Para a prática de atividades físicas, são duas quadras poliesportivas e duas de vôlei, e mesa de jogos, como damas e xadrez.
Detalhes ajudam a democratizar
As obras podem facilitar o acesso ao lago por parte de pessoas como a família do vendedor Rafael Almeida, 36 anos. Com auxílio do Departamento de Trânsito, os moradores de Samambaia pedalaram por mais de 20 quilômetros, de Taguatinga ao parque na L4 Sul.
“Tem muito a melhorar. Só viemos em família por conta dos batedores. Sem eles, é perigoso. Faltam sinalização e faixa própria, o que é importante para o acesso de quem vem de longe”, afirma.
“O Deck ficou muito bom. É uma boa oportunidade de lazer, com parquinho para criança, quadras esportivas e tudo mais. Já estamos planejando fazer um piquenique”, avisou a mulher de Rafael, a professora Vanessa Cristina, 37 anos. O casal, junto com os filhos Erick e Enzo, de 2 e 14 anos, voltou para casa justamente de metrô – apesar do caminho ainda complicado.
Esporte
“É mais uma opção de lazer para o brasiliense. Dá para passar um dia, trazer skate, bicicleta. É bacana”, avalia o advogado Roberto Miranda, 55 anos. Morador do Lago Sul, ele conheceu o espaço com a família durante a inauguração. Antes, apesar de disponível, nunca tinha visitado.
“O que não pode é deixar largado. Tem que ter segurança, policiamento, manutenção. A população também tem que cuidar”, opina Renata Miranda, servidora pública de 51 anos, observando que os bancos ao longo do deck de madeira de 551 metros estão amarrados.
