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Brasília

Comunidade de Ceilândia lota enterro de adolescente morto em assalto

Arquivo Geral

14/11/2018 18h34

Velório de Guilherme, morto em assalto em Ceilândia. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasília

João Paulo Mariano
Lígia Vieira
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O corpo de Osterno Guilherme Linhares de Souza, 16 anos, foi enterrado na tarde desta quarta-feira (14), no cemitério de Taguatinga. O adolescente foi assassinado com um tiro no queixo, na última terça-feira (13), quando saiu do CED 15, em Ceilândia, colégio onde estudava.

Entre os que foram lamentar a morte do adolescente estavam alunos e professores do centro de ensino, parentes e vizinhos. Bombeiros também marcaram presença, uma vez que a vítima era filha de um sargento da corporação. Os colegas de profissão ligaram as sirenes de viaturas para prestar uma homenagem ao garoto.

Velório de Guilherme, morto em assalto em Ceilândia. Foto: Kléber Lima/Jornal de Brasília

Em meio à tristeza no velório, muitos choravam, abraçavam os pais de Guilherme e diziam palavras carinhosas sobre o jovem. Houve também orações e cantos de músicas gospel na capela.

“A polícia já está atrás do criminoso e vai ligar para a gente assim que prendê-lo”, contou, confiante, o mais velho dos cinco irmãos de Guilherme, Antônio Júnior, 21 anos. Ele ainda ressaltou que a mãe estava sob efeito de medicação e que, de outra forma,  não conseguiria ir ao velório.

A mulher passou mal pelo menos duas vezes e teve de ser socorrida pelos bombeiros. Inclusive, no cortejo, a senhora precisou ser assistida por um funcionário da corporação, mesmo estando sentada no carrinho que levava o caixão. Outra familiar também passou mal e foi socorrida às pressas.

“Um menino do coração bom” 

Professora de geografia do colégio de Guilherme, Rosângela Maria de Souza, 38 anos, disse que ele era um ótimo aluno. “A gente escuta muito sobre assalto por lá, mas morte assim, perto da escola, foi a primeira vez”, afirmou.

“Guilherme era tranquilo, tirava notas boas e não mexia com ninguém”, contou o também estudante do CED 15 Keven Augusto, 16 anos.  “A gente jogou totó ontem”, relembrou outro colega, Ruan Ferreira, 16 anos, que estudava na mesma sala de Guilherme. “Ele tinha um coração muito bom”, acrescentou.

A vizinha Leia Mendes, 39 anos, disse que a perda abalou todo mundo que o conhecia, pois ele era lembrado por ser quieto e dedicado aos estudos. “Lá é uma região muito perigosa, tem venda de droga na porta da escola. Minha filha mesmo já teve que sair correndo de um assaltante para não perder o celular”, relatou.

Osterno Guilherme Linhares de Sousa, 16 anos. Foto: Arquivo pessoal

 

As investigações continuam 

Apesar da gravidade do caso, o culpado de tirar a vida de Guilherme não foi encontrado. O delegado-chefe da 24ª DP (Ceilândia), Ricardo Viana, assegura que o crime está sendo investigado com toda a seriedade possível.

A linha seguida, até o momento, é a de que o criminoso tenha tentado roubar o celular do adolescente, mas com a recusa por parte da vítima, teria atirado. Dessa forma, o incidente se caracterizaria como um latrocínio.

“Já estamos ouvindo todo mundo que possa nos dar informações. Estamos na rua trabalhando”, resume o delegado. A Polícia Militar também informou que, até a publicação desta reportagem, ninguém havia sido preso pela corporação.

Homenagem na escola

Desde a tarde de terça-feira, as aulas foram suspensas no CED 15 de Ceilândia e só devem voltar na segunda-feira (19). “As aulas pararam quando a gente soube da notícia. A gente manteve os alunos lá dentro até a hora da saída, mas eles perceberam o que estavam acontecendo”, relatou a professora Rosângela.

O diretor Anderson Souza afirmou que será realizado um ato no colégio para homenagear o aluno na segunda-feira. Os colegas planejam vestir roupas pretas e fazer uma oração no local onde Guilherme morreu.

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