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Brasília

Com novo plano, previsão é que viaduto fique pronto até setembro

Arquivo Geral

29/03/2018 7h00

Atualizada 28/03/2018 23h17

Será feita uma laje de consolidação, por cima da existente, para acabar com as infiltrações. Foto: Breno Esaki

Raphaella Sconetto
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Rapidez, economia e segurança. Estes foram os fatores que fizeram o Governo do Distrito Federal rever o plano e decidir que o viaduto da Galeria dos Estados terá parte refeita e outra reformada. A decisão acata orientações da Universidade de Brasília (UnB) e do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea). A proposta foi apresentada 50 dias após o desabamento, e a previsão é concluir em setembro.

De acordo com o diretor-geral do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), Márcio Buzar, todos os 190 metros de viaduto passarão por obras. “Faremos novas fundações e blocos, e vamos ampliar os pilares. Demoliremos a parte que ruiu. Aquele trecho será todo refeito, seguindo a orientação da UnB”, explica.

Nos outros trechos haverá reforço nas lajes e, além disso, será feita uma laje de consolidação, por cima da existente, para acabar com as infiltrações. O viaduto não terá mais junta de dilatação. “Vamos tirar a galeria de águas pluviais, que é o que ao longo do tempo acabou levando à corrosão da armadura. Essa laje de consolidação, então, impede a infiltração de todo o viaduto”, acrescenta Buzar.

A expectativa é de que a reforma e a construção do bloco que caiu aumente em até cem anos a vida útil do viaduto, conforme exigido pelas normas brasileiras.

A licitação para a contratação de uma construtora será publicada entre 30 e 45 dias. “Não vamos fazer licitação emergencial porque, de certa forma, nós resolvemos o problema do fluxo de carros com a implementação das alças. A gente espera que até maio a licitação esteja resolvida”, aponta.

As obras estão estimadas em R$ 15 milhões. O custo seria 66% mais caro se fosse preciso demolir todas as lajes. “Se nós as derrubássemos, o gasto seria elevado em R$ 10 milhões. Mas isso não é necessário”, garante o diretor-geral do DER-DF.
O recurso destinado às obras veio dos R$ 50 milhões concedidos pelo Executivo para a recuperação de pontes e viadutos da capital federal.

Trânsito até melhorou

As alças construídas para desviar o trânsito na região central de Brasília, próximo ao viaduto que desabou, agradou aos motoristas. No entanto, o diretor-geral do DER afirmou que em setembro será preciso retomar ao que era antes. “A gente tem compromisso com o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) que é de recuperar a paisagem urbana, mesmo com apelo de motoristas que disseram que o trânsito está fluindo”, aponta.

A retomada do tráfego estava prevista no início das obras de trânsito – que foram entregues no dia 15 de fevereiro (nove dias após a queda do viaduto). Na época, o diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto, afirmou que seriam alterações provisórias. “Após as obras do viaduto estarem concluídas e entregues, nós vamos restabelecer todas as condições. Brasília é um patrimônio, a área é tombada e precisamos preservá-la”, explicou.

Restaurantes sem nada definido

Na semana passada, o Jornal de Brasília mostrou a indefinição sobre os dois restaurantes atingidos pela queda do viaduto. O imbróglio continua: ontem, em coletiva de imprensa que anunciava a proposta de recuperação do viaduto, as autoridades mostraram não saber o que fazer com os restaurantes. Ainda está no ar qual será o espaço destinado a eles na Rodoviária e para onde irão após a entrega das obras em setembro.

Márcio Buzar apenas disse que o governo está dialogando com os responsáveis e com os órgãos. “Vamos dar uma saída para eles não ficarem esses meses sem trabalhar. O Estado precisa ser solidário, são trabalhadores. Tem uma discussão com o Iphan se cabe voltar com os restaurantes para lá”, aponta. “O governo tem muita sensibilidade. Vamos dialogar com eles, se não for lá, será em outro lugar. Mas isso não está fechado”, completa.

No entanto, o Iphan-DF garante não ter recebido qualquer solicitação do DER sobre este assunto. “O projeto que está em análise pelo instituto restringe-se à solução estrutural proposta para a referida recuperação”, informou, em nota.

Por outro lado, o GDF apontou que as edificações da Galeria dos Estados, onde ficam as lojas e passam os pedestres, será reformada até o fim do ano. Segundo o diretor-presidente da Novacap, Júlio Menegotto, foram feitos escoramentos para iniciar pequenos reparos no espaço. “A Novacap está concluindo os projetos de reforma e o orçamento para que possa lança toda a reforma, tanto da parte de baixo como da parte de cima. Serão duas licitações”, indica.

Há dois pontos que precisam ser recuperados, e também um pilar está com a estrutura exposta. “A Galeria está estabilizada, não tem risco de colapso ou algo parecido. É somente uma manutenção preventiva. Devemos começar a obra no início de maio ou junho e até o fim do ano estará pronta”, conclui.

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