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Brasília

Com documentos falsos, quadrilha vendia carros com “ágio estourado”

Arquivo Geral

20/06/2018 14h50

Foto: Matheus Venzi/Jornal de Brasília

Matheus Venzi
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A Operação Duplicar, realizada pela Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais da Polícia Civil (Corpatri) na manhã desta quarta-feira (20), cumpriu três mandados de prisão e nove mandados de busca e apreensão no Recanto das Emas, Samambaia, Ceilândia, Novo Gama e Luziânia (GO). Os presos falsificavam documentos de automóveis roubados ou com o “ágio estourado”. Eles eram vinculados a uma associação criminosa especializada na clonagem de carros, que foi presa na Operação Smart no fim do ano passado.

De acordo com o delegado da Corpatri, Alexandre de Araújo, não há indícios da participação de agentes públicos no esquema. Todas as falsificações eram feitas nas próprias residências dos homens. “Eles recebiam em média R$ 350 por cada CRV ou CRLV falsificado. Os indivíduos forneciam esses documentos para a quadrilha presa pela nossa delegacia no fim de 2017. Naquela ocasião, conseguimos identificar os responsáveis pelos roubos, pela receptação e revenda dos automóveis. Mas faltava revelar quem eram os falsificadores dos documentos, o que foi feito nesta nova operação”, esclarece.

Os criminosos produziam documentos em branco, semelhantes aos originais do Detran, que eram preenchidos com os dados falsos por meio de impressoras matriciais. “Eles pegavam informações de carros legalizados. Com isso, as multas e infrações iam todas para o dono do veículo original”, complementa Araújo. Por causa deste fator, motoristas do DF recebiam multas do estado da Bahia, por exemplo, originadas pelos carros clonados.

“Ágio estourado”

O método também favorecia a revenda de carros com “ágio estourado”. Esses veículos têm parcelas de financiamento que não foram pagas pelos verdadeiros donos, então, não podem ser transferidos. “A documentação falsa possibilita que esses carros consigam transitar sem problemas. Carros deste tipo no valor de R$ 50 mil chegavam a custar somente R$ 20 mil na mão dos criminosos”, explica o delegado.

Araújo chama a atenção para o fato de que a compra de veículos nessa situação é crime. “A pessoa pode ser indiciada por estelionato ou receptação. Por isso, é necessário tomar cuidado na hora de adquirir um automóvel, pesquisar bem a situação dele e sempre desconfiar”, recomenda.

Alexandre Mariano Felício Becker, Emerson Alves da Silva e Flávio Pereira de Souza vão responder pelos crimes de estelionato. Alexandre também responderá por receptação. já que em sua casa foi encontrado um carro roubado no início do mês em Taguatinga. Também foram apreendidos documentos falsificados, placas falsas e celulares. Agora, a investigação se concentra em descobrir se outras associações criminosas também se relacionavam com os falsificadores.

Foto: Matheus Venzi/Jornal de Brasília

Prisões em flagrante

Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão, dois homens foram presos em flagrante e um menor apreendido. Flávio Alves de Melo estava com cocaína e será autuado pelo crime de tráfico de drogas. Já Eder Viera Caetano foi encontrado com crack e maconha e também responderá por tráfico. Além disso, Eder responderá por corrupção de menores, já que estava junto com o seu filho.

 

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