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Brasília

Colégio do Gama participa da 31ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia

Arquivo Geral

25/10/2016 7h00

Atualizada 24/10/2016 21h46

O professor Sebastião Ivaldo e os alunos João Paulo Dias e Francisco Ricardo desenvolveram trabalhos apresentados na Mostratec. Foto: Angelo Miguel

Icaro Andrade
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Estudantes do Centro de Ensino Médio 02 do Gama, que fazem parte do grupo de jovens pesquisadores da escola, se preparam para representar o Distrito Federal na 31ª Mostra Internacional de Ciência e Tecnologia (Mostratec), que acontece em Novo Hamburgo, Rio Grande do Sul, no Cento de Eventos da Fenac, de hoje a 28 de outubro de 2016. Considerada a maior feira do gênero na América Latina, a mostra reúne 420 projetos de jovens cientistas de 14 a 20 anos.

Em 2003 foi criado na escola o projeto Clube da Ciência com a proposta de intensificar o ensino científico e tecnológico aos alunos que demonstram interesse pela área. Apesar das limitações técnicas, científicas e tecnológicas, os professores se empenham, por meio de cursos, pesquisas e ajudas de estudantes universitários, na formulação dos projetos.

A aluna do terceiro ano Sthefany Aline Dutra, orientada pelos professores Sarah Cristina, Elson Rangel Calazans e Marcus Vinicius, realizou um estudo com plantas presentes na Região Centro-Oeste, que são resistentes ao sol, para viabilizar um óleo contra os raios ultravioleta, principais ocasionadores de doenças de pele, como o câncer.

Ponto de vista

O vice-diretor do CEM 02, Julio Campos, ficou surpreso com o interesse dos alunos por ciência e tecnologia. Para ele, muitos ainda enxergam o aluno de escola pública como aquele que não tem interesse por pesquisa, quando na verdade o que não há é oportunidade. “O ensino médio atual é uma fábrica de fracassos, ele é caro e não dá a retribuição que a sociedade precisa. A culpa é da estrutura como um todo, assim como do governo”, disse. Segundo ele, os alunos precisam sair dessa forma de ensino “quadrada”, pois isso limita a educação. “O aluno só vai demostrar interesse quando vierem oportunidades. Tem que haver parceira por meio do governo, direção, professor e estudante” resume.

A pesquisa, que leva o nome de “Análise de diferentes óleos essenciais, extraídos de plantas do Cerrado, para a proteção contra a radiação UVC”, foi selecionada para ir para a amostra neste ano devido sua eficácia e contribuição social. Sthefany, apaixonada por inglês, conta que, antes de se envolver com ciência, sonhava em estudar Relações Internacionais, mas após dar início aos projetos de pesquisa os planos mudaram. Farmácia e Biotecnologia estão na lista de profissões que pode seguir.

“Mudei meus planos depois que comecei a me envolver mais nos projetos de ciências da escola. Hoje, sou apaixonada por pesquisa científica. Para mim, é maravilhoso participar da mostra, poder trocar conhecimento com outros competidores e também explicar meus projetos para o público”, diz.

A aluna, que embarcou no domingo com mais três competidores da escola para a mostra, avalia que a mostra é uma oportunidade de ampliar conhecimentos.

Estudantes ansiosos

Outro projeto que também será apresentado no evento é o dos jovens pesquisadores Francisco Ricardo e Deborah Francis, que realizaram um estudo para verificar a quantidade de partículas presentes na atmosfera, que contribuem de forma significativa para uma série de doenças respiratórias. Orientados pelos professores Adriana Brugin e Sebastião Ivaldo, os alunos também selecionados para o Mostratec, estão ansiosos para participar do evento. Por falta de recursos financeiros, apenas Deborah fará a viagem.

“Eu não fazia ideia da dimensão do projeto. Estou muito feliz e triste por não poder ir para a competição, infelizmente os custos são caros. Deborah vai representando a dupla e a escola, isso pra mim é gratificante. Estou muito feliz” disse Francisco Ricardo.

Sebastião Ivaldo, coordenador do projeto e supervisor pedagógico da escola, pondera que é difícil trabalhar por conta da falta de recursos financeiros, mas o trabalho em equipe, em meio aos professores e alunos que demonstram total interesse em estudar, ajuda de forma significante, tanto para ele, como professor, como para a vida acadêmica dos alunos envolvidos.

“Abracei esse projeto da escola e para mim é maravilhoso ver esses meninos crescendo e indo competir em eventos importantes como a Mostratec. Quando faltam recursos, a gente dá um jeito, faz rifas, procura por ajuda de colaboradores, tira do próprio bolso, mas jamais desistimos. Sou orgulhoso em poder estar envolvido com essa equipe” disse.

Projeto de sucesso que também segue para a mostra é o do aluno João Paulo Dias de Oliveira, que desenvolveu o Damac – Dispositivo Auxiliar de Monitoramento das Acelerações em Coletivos. O trabalho, orientado por Sebastião Portella, é um sistema que verifica as acelerações e desacelerações dos ônibus, com indicadores nas cores verde, amarela e vermelha, dando ao motorista noções dos níveis de aceleração do veículo para estabelecer um padrão de conforto para aos passageiros durante as viagens do coletivo. O feito não resolve o problema da falta de comodidade nos ônibus, mas ameniza a falta de conforto durante o trajeto.

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