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Brasília

Cavalo é pintado por crianças em hípica no DF e gera polêmica

Arquivo Geral

23/07/2018 12h49

Reprodução/Facebook

Raphaella Sconetto
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O que era para ser uma atividade lúdica acabou se tornando polêmica nas redes sociais. Um cavalo foi  pintado e rabiscado por crianças que participavam da colônia de férias da Escola de Equitação da Hípica, no Setor Hípico, próximo ao Setor Policial . O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) estiveram no local e não constataram maus-tratos. A colônia de férias terá cinco dias para justificar a atividade para, depois, os órgãos tomarem uma medida.

A denúncia veio à tona após a publicação da advogada e membro da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Ana Paula Vasconcelos. A ativista recebeu as fotos na sexta-feira (20)  e logo enviou aos órgãos responsáveis. “A atitude, além de poder ser considerada crime de abuso ou maus-tratos de animais, é altamente reprovável. Existem outras formas de trabalhar de forma pedagógica a interação entre crianças e animais”, aponta.

Para ela, a permissão dos monitores em deixar as crianças pintarem o cavalo pode ser vista como uma distorção de valores. “Mostram que o animal pode ser usado como objeto. É a desconstrução de todo um trabalho que a gente tenta fazer de mudança de paradigmas”, critica. “O manuseio de um animal por várias crianças, que têm comportamento de brincar, pular, gritar, não é uma atividade normal que respeite a natureza do animal. É degradante. Na foto dá para ver que ele está com a orelha murcha. Não sabemos quantas horas ele ficou servindo como tela”, acrescenta.

Ana Paula afirma ainda que a colônia de férias poderia ter apostado em outras atividades. “Dar banho, dar cenoura, pentear. São atividades que estimulam as crianças e que agridem menos o animal”, sugere. “Infelizmente teve uma repercussão grande, mas ficamos felizes com a reprovação social”, finaliza.

Até a publicação desta reportagem, a postagem de Ana Paula reunia mais de 25 mil curtidas e compartilhamentos, e 10 mil comentários.

Notificação

Em nota, o Ibama informou que no domingo (22) esteve, em ação conjunta com o Ibram, na Escola de Equitação da Hípica e fizeram a notificação. O documento exige a “apresentação do programa pedagógico que justificou a iniciativa, além de laudo veterinário que ateste as condições de saúde dos animais usados no evento”. A resposta deverá ser encaminhada em até cinco dias; Só após esse prazo, os órgãos definiram quais serão as medidas a serem tomadas.

Segundo o Ibram, os fiscais não identificaram maus-tratos e o animal estava em boas condições. Uma outra foto mostra o cavalo limpo e sem os rabiscos.

A reportagem tentou entrar em contato com a Escola da Hípica, mas, até a publicação desta reportagem, eles não atenderam às ligações.

Defesa

Um áudio começa a circular tentando apaziguar a situação. No áudio, a mulher se identifica apenas como a irmã da administradora da Escola de Equitação da Hípica e critica a repercussão que a atividade tomou.

Ela conta que tudo começou na sexta-feira (20) – último dia da colônia de férias – quando uma aluna postou um vídeo nas redes sociais mostrando o cavalo pintado e falando bem do espaço. Na postagem, um rapaz teria dito que iria denunciar a hípica por maus tratos. “O Ibram e Ibama descartaram maus tratos. Só autuaram, porque houve denúncia, para não fazer mais a brincadeira com o cavalo”, explica.

Depois, ela pede para que quem conhece o trabalho da hípica comente a favor na página da escola no Facebook. “Como vocês sabem, as coisas em redes sociais têm uma repercussão muito ridícula. As pessoas mostram o que querem e estão acabando com a página da Luiza. Um trabalho de mais de vinte anos está indo pro saco por causa de uma pessoa que está fazendo uma denúncia totalmente irresponsável”, diz a mulher.

“Peço para vocês que deixaram as crianças lá e que conhecem o trabalho da minha irmã, quem puder falar a favor da hípica vai ser muito bom. Ela está muito nervosa”, finaliza.

A reportagem tentou entrar em contato com a Escola da Hípica, mas, até a publicação desta reportagem, eles não atenderam às ligações.

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